Os serviços secretos britânicos interceptaram comunicações do presidente José Eduardo dos Santos, bem como de outros dirigentes e movimentos rebeldes de pelo menos 20 países africanos, noticiou o Le Monde.
O jornal francês começou na quarta-feira a publicar uma série de artigos que se baseiam nos arquivos do ex-analista informático norte-americano Edward Snowden.
Na sua edição de ontem, o Le Monde citou documentos da National Security Agency (NSA), dos Estados Unidos, relativos às suas actividades em África e da sua congénere britânica GCHQ (Government Communications Headquarters).
Os documentos são relativos a 2009 e 2010, período durante o qual o presidente angolano foi visado, designadamente “quando a secretária de Estado Hillary Clinton se deslocou a Luanda para reforçar a cooperação estratégica”.
A Guiné-Bissau também surge nos documentos. Neste país, a intercepção de comunicações incidiu na diplomacia, com escutas ao ministro dos Negócios Estrangeiros e/ou conselheiros diplomáticos, embaixadas de outros países e personalidades ligadas a organizações internacionais, como a ONU e a União Africana, segundo o jornal.
No total, o GCHQ realizou escutas a dirigentes e ex-dirigentes, diplomatas, responsáveis militares, membros da oposição ou movimentos rebeldes na Argélia, Líbia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Eritreia, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Gana, Togo, Nigéria, Somália, Congo, República Democrática do Congo e Zimbabué.
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