JOMAV EXORTA REDE DE MULHERES MEDIADORAS PARA NÃO SE TORNAR “CAIXA DE RESSONÂNCIA” DE POLÍTICOS



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O Presidente da República, José Mário Vaz pediu na passada segunda-feira, 5 de Dezembro 2016, a nova Rede de Mulheres Mediadoras para não se tornar numa “caixa de ressonância” de sensibilidades político-partidárias.
Falando na cerimônia do lançamento da Rede das Mulheres Mediadoras, uma iniciativa largamente patrocinada pelo gabinete da ONU no país,  José Mário Vaz explicou que o problema da Guiné-Bissau prende-se com aquilo que considera de um “sistema instalado” ao longo de muitos anos e que não tem deixado o país crescer e desenvolver-se, promovendo assim uma participação desigual de mulheres e homens nas esferas de tomada de decisões.
“As mulheres guineenses desempenharam sempre um papel importante, a começar na luta pela libertação nacional, que tinha como uma das suas premissas, a existência de uma sociedade livre equitativa, justa e solidária. Para que essa nobre missão de mediação tenha sucesso que todos nós almejamos é indispensável a total independência, isenção e imparcialidade”, notou.
Chefe de Estado guineense advertiu ainda que para realmente quebrar a barreira da desigualdade social e expandir a participação das mulheres no processo de tomada de decisões políticas é crucial combater o sistema instalado e alimentado pela corrupção que tem como principais manifestações a “delapidação do dinheiro dos contribuintes, o uso de cargos públicos para fins pessoais ou de grupos”.
Para a Ministra da Mulher, Família e Coesão Social, Maria Evarista de Sousa, a criação da rede das mulheres mediadoras, traduz uma etapa importante na luta pela promoção da igualdade de gênero, sobretudo a participação das mulheres na mediação, gestão e resolução de conflitos.
“A porta da entrada para solução inovadora e desenvolvimento sustentável, passa necessariamente pelo investimento das mulheres e dos homens comprometidos nos ideais da paz, só progresso e do bem-estar social”, assegurou.
O Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Modibo Touré, disse não ter dúvidas de que a construção da estabilidade na Guiné-Bissau emergirá do seu povo e que “sementes como esta iniciativa, plantadas com vitalidade e vigor, serão um aspecto importante da nova narrativa para o país”.
Modibo Touré adiantou ainda que esta iniciativa está em conformidade com os princípios cardinais das Nações Unidas nos processos de paz inclusivos e sublinha a importância do papel das mulheres na construção da paz e na transformação de conflitos.
A Presidente da Rede das Mulheres Mediadoras, Maria de Conceição Fernandes Ferreira, explicou que o lançamento da rede escreve-se na concretização de ações visando à criação de condições que permitam viabilizar o envolvimento das mulheres guineenses, carregadas de potencialidades, cujo concurso é imprescindível nos processos de prevenção, gestão e resolução de conflitos.
De recordar que em 2014, o UNIOGBIS financiou um longo processo de capacitação das mulheres em todo o território nacional em matéria de mediação, gestão e resolução de conflitos que culminou com a formação de formadoras de mais de 200 pessoas maioritariamente mulheres.
Por: Aguinaldo Ampa

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