O corpo de Carmen Pereira foi sepultada ontem quarta-feira em Bissau. As exéquias fúnebres da antiga presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, por indicação da família e da direcção do PAIGC, foram conduzidas exclusivamente pelo Governo demitido.
Carmen Pereira foi a primeira e ainda única presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau e também a única mulher a ocupar, interinamente, a cadeira da Presidência do país em 1984.
A antiga combatente pela independência da Guiné-Bissau e dirigente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) faleceu aos 79 anos de idade, no sábado, em sua casa, no seguimento de uma indisposição súbita.
Era uma das figuras icónicas do PAIGC, integrou a primeira mesa da ANP e era a única pessoa viva que tinha feito parte da mesa na sessão parlamentar em que Nino Vieira leu a proclamação da independência, a 24 de Setembro de 1973.
Presidiu a ANP em 1984 e durante alguns dias substituiu o chefe de Estado Nino Vieira. Carmen Pereira foi a primeira e a única mulher Presidente da Guiné-Bissau. E foi a primeira mulher a assumir o mais alto cargo de uma nação africana.
Até ao dia da sua morte, Carmen Pereira esteve ao lado do executivo demitido a 12 de Maio. Elenco que visitou no sábado passado.
As exéquias fúnebres da antiga presidente da ANP, por indicação da família e da direcção do PAIGC, foram exclusivamente da responsabilidade do Governo demitido. Mesmo que a nova equipa governamental tenha criado uma comissão para o efeito.
A organização do funeral não deixou contudo de ocasionar fricções entre o executivo demitido e o governo encabeçado por Baciro Djà, num contexto já por si cada vez mais tenso, com o apertar do cerco em torno dos membros do governo de Carlos Correia que continuam a ocupar o palácio do governo.
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