Os 18 partidos políticos extra-parlamentares decidiram retirar esta sexta-feira, 3 de junho de 2016, o seu apoio, que no âmbito da crise política, havia manifestado aos 15 deputados dissidentes do PAIGC incluindo o próprio Baciro Djá, primeiro-ministro.
O grupo dos 18 extraparlamentares fundamenta a sua decisão argumentando que se sentiu utilizado e maniatado por gente que “classifica pouca séria e responsável”.
Em uma missiva enviada ao Presidente da República, aos 15 deputados e ao Partido da Renovação Social (PRS), os 18 partidos dizem acreditar que o Governo de Baciro não será capaz de conduzir os destinos do país de forma séria e transparente.
Neste sentido, defendem que seria mais viável a devolução da palavra ao povo guineense para se pronunciar de novo nas urnas sobre quem deverá conduzir o país.
Apesar da sua posição pouco favorável aquilo que chama de “ injustiça e de fatal de honra e palavra dos 15 deputados da nação expulsos do PAIGC”, os 18 partidos sem assento parlamentar não veem os motivos que possam consubstanciar no seu abandono da luta pela legalidade, por um Estado de Direito Democrático e ainda pela Constituição da República e demais leis do país.
Uma legalidade que quer estender para travar os “ desmandos e a corrupção que enfermam o aparelho do Estado”, que diz está a ser conduzido também por gente pouca séria e sem palavra.
Os dezoito partidos políticos revelam ainda que no encontro mantido com primeiro-ministro, Baciro Djá, em Bissau, foi-lhes transmitido por este, que embora sendo os 18 partidos apoiantes desde a primeira hora, da causa 15 deputados, “inconstitucionalmente expulsos da ANP”, desde de agosto de 2015, que não fariam parte da estrutura e a composição do novo Governo.
Incrédulo perante as declarações do representante dos 15 deputados no Governo, o grupo lembra as promessas que sempre nortearam o relacionamento entre os 15 deputados e os 18 partidos naquilo que seria o formato para formação, no futuro, de um novo Governo amplo e de consenso que incluísse os 18 partidos.
“E naturalmente de todos os que perfilaram na mesma luta, durante estes longos e penosos dez meses em que os partidos apoiantes teriam sido vítimas de perseguições, marginalizações e o acantonamento da vida política no país”, frisa a missiva dos 18 partidos sem assento parlamentar.
O grupo insiste ainda, afastando os argumentos apresentados por Baciro Djá, que as negociações encetadas com o PRS foram “bastante difíceis”, facto que não lhe permitiu ter margem de manobra para honrar as promessas feitas relativamente a participação dos 18 partidos no seu Governo.
Finalmente e, de forma irónica, os 18 partidos sem assento parlamentar agradecem ao Baciro Djá pelas suas “generosas ofertas para os lugares que dizem reputar de menoridade”, nomeadamente conselheiros e administradores de empresas públicas.
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