José Ramos Horta. Foto: ONU/Loey Felipe
Ex-enviado da ONU fala de uma solução para permitir avanços na economia; pacto envolveria elites políticas e figuras com credibilidade que seriam aceites por todas as partes.
O Prémio Nobel da Paz e ex-presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, disse na passada terça-feira, em entrevista exclusiva à Rádio, que tem sido contactado pela ONU para abordar uma saída para a estabilização da Guiné-Bissau.
Em 2013, o ex-líder timorense foi nomeado representante do secretário-geral da ONU no país, onde o Parlamento ainda está por aprovar o programa do governo. Foi há dois anos que decorreram eleições depois do golpe de Estado de 2012.
Elite Política
Perante a crise política vivida na nação lusófona, Ramos Horta elogiou aos militares pelo que classifica de "tranquilidade e serenidade" diante da situação do país.
“Continuem a manter essa inteligência, essa serenidade e não deixem ser manipulados por elites políticas. Segunda mensagem é por amor de Deus e por amor do povo que a elite política se sente num retiro. Não é nessas sessões de um dia ou meio-dia em que vão resolver essas coisas. É melhor pensar em organizar um retiro de um dia três dias ou uma semana em que os autores principais participam.”
Alternativas
Ramos Horta disse à Rádio ONU que os eventos em Bissau têm sido tema dos contactos com o Conselho de Segurança, na busca de alternativas para ajudar a Guiné-Bissau a avançar. Para ele, a questão não deve descartar a participação internacional.
“Com apoio de pessoas credíveis ou aceites por todas as partes para ajudar a gerir este retiro e dali saiam com uma solução de compromisso que pelo menos vigore até às próximas eleições para que a economia possa andar. Baixam-se as atenções. Não se pode esperar uma solução perfeita. Uma solução mediana, razoável seria essa em que especialistas na área de mediação podem colaborar e ajudar os participantes.”
Segundo agências de notícias, a mais recente crise envolveu 15 deputados após um impasse político entre instituições do país que é marcado por golpes recorrentes.
As eleições levantaram expectativas de estabilidade e desenvolvimento em 2014. A seguir, uma mesa de doadores garantiu promessas de cerca de US$ 1,5 mil milhão para apoiar o desenvolvimento.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Conosaba/MO
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