Bissau,12 Mai 16 (ANG) – O Presidente da República exortou ontem ao PAIGC para a possibilidade da composição de um governo que reflicta os sentimentos maioritários do povo representado no parlamento como melhor solução para saída da actual crise.
Em mensagem dirigida à nação depois de ter reunido com a Comunidade Internacional, líderes dos partidos políticos com assento parlamentar e o Conselho de Estado, o chefe de Estado disse que, se Assembleia Nacional Popular se encontra bloqueada, cabe aos deputados faze-la funcionar, pois para que esta legislatura chegue ao fim, não há alternativa ao diálogo.
Neste contexto, disse que cabe ao partido vencedor das eleições legislativas assumir a responsabilidade de apresentar uma solução governativa capaz de merecer a confiança política da maioria do parlamento.
José Mário Vaz disse acreditar que ainda existem condições para que, no quadro de configuração parlamentar resultante das recentes eleições legislativas, os deputados estabeleçam compromissos políticos que permitam criar condições de estabilidade governativa até ao fim desta legislatura.
O Presidente da República manifestou-se contra a realização de eleições antecipadas tendo levantado questões sobre suas implicações financeiras e a sua dimensão moral.
"Eleições legislativas não são o meio idóneo para resolver problemas de disciplina e coesão interna de partidos políticos", vincou.
O chefe de Estado sublinhou que o país não dispõe de recursos financeiros próprios para custear tal escrutínio, tendo em conta a fragilidade das suas instituições.
Para José Mário Vaz não é sensato sacudir a Guiné-Bissau com eleições no actual estado de crispação e de forte clivagem social.
Disse que esse dinheiro que devia ser aplicado na realização de novas eleições, seria certamente mais merecido e melhor se for investido na educação das crianças, na saúde e melhoria das condições de vida da população em geral .
José Mário Vaz disse ter registado com preocupação algumas movimentações de sectores bem delimitados da sociedade político - civil com intuito de pôr em marcha uma agenda política de caos social, tendo como objectivo a promoção da alteração da ordem constitucional para justificar e provocar as ditas “eleições gerais” antecipadas.
O Presidente da República apelou às diferentes estruturas sindicais a suspenderem as greves em curso no país, tendo em conta o estado de fragilidade e de incapacidade do governo para assumir compromissos, como forma de demonstrarem um gesto de solidariedade nacional para com o povo.
Exortou aos guineenses em geral para manterem uma postura de serenidade democrática, muita contenção e máxima responsabilidade, abstendo-se de prática de quaisquer actos que possam pôr em causa a paz e a coesão nacional.
ANG/LPG/JAM/SG/Conosaba/MO
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