Comunicado do Secretariado Nacional



SEDE NACIONAL DO PAIGC SOB SEQUESTRO HÁ TRÊS DIAS e PLANOS MAQUIAVÉLICOS PARA PRENDER DOMINGOS SIMÕES PEREIRA, PRESIDENTE DO PAIGC
A Sede Nacional do PAIGC encontra-se cercada por forças militares que não deixam ninguém sair ou entrar nas suas instalações há mais de três dias, ou seja, desde que no passado dia 26 de maio o Presidente da República tornou público o decreto inconstitucional que nomea um novo Primeiro-Ministro.
Manifestações espontâneas de militantes e da população de Bissau que vieram a degenerar em confrontos com as forças de ordem constituídas por militares e o Corpo de Intervenção da Polícia, resultaram em mais de 11 feridos, alguns dos quais em estado grave, dada a extrema e excessiva violência e atrocidades com que actuaram sobre cidadãos indefesos e contra todas as regras democráticas, constitucionais e da arte de protecção e de segurança.
Na ocasião a Direcção do PAIGC, através do seu Secretariado Nacional denunciou estas graves e inaceitáveis agressões e expressou de forma clara a sua indignação não só pelo atropelo constitucional que o acto em si insera, mas igualmente pelo atropelo constitucional perpetrado de forma cíclica e intencional com o beneplácito daquele que devia ser o garante da Constituição, da Unidade Nacional e da tranquilidade do nosso povo.
Oscar Barbosa exibindo bala real no tumulto
O PAIGC denuncia que para além da brutal violência com que as forças militares actuaram, chegaram ao ponto de disparar balas verdadeiras contra os manifestantes, que felizmente não originaram males maiores. Até Deputados da Nação que de identificaram previamente foram severamente agredidos com bastões e agredidos a soco e pontapés.
No dia seguinte o PAIGC constatou que a sua Sede Nacional foi cercada por forças militares, dando mostras reais de que Bissau ou o PAIGC se encontravam sob um Estado de Sítio mandado implantar, com o puro intuito de o querer silenciar e amordaçar.
O PAIGC chama a atenção dos guineenses e da comunidade internacional que o bloqueio imposto à sua Sede Nacional é um autêntico golpe desferido contra o Partido que fundou esta nação, para além de ser a maior força política da Guiné-Bissau e mesmo de expressão popular do povo guineense, sendo por nós considerado como um verdadeiro atentado à nossa independência, um inculto ao maior símbolo nacional, um travão à democracia e ao sacro-santo direito fundamental dos cidadãos.
Para o PAIGC este acto se inscreve num plano de há muito elaborado e denunciado, que 
Iafai Sane - Deputado espancado
visa como principal objectivos silenciar o PAIGC e destruir.
Mas esquecem-se os mentores deste plano macabro e anti-constitucional que o PAIGC ao longo da sua longa vivência de seis décadas já resistiu e venceu maiores adversidades e não será mais esta vã tentativa de aspirantes a ditador que o fará sucumbir na nossa luta pela afirmação da democracia, da liberdade e do bem-estar dos guineenses.
O caos nunca foi o princípio orientador do PAIGC. Porém não nos intimida a instalação do caos por parte de quem quer estabelecer a sua vontade acima das do povo, enveredando por via disso pela violação e afronta deliberada da ordem jurídica estabelecida.
O PAIGC quer tão-somente relembrar que o MAL nunca venceu o BEM e que a DEMOCRACIA sempre se sobrepôs À DITADURA.
O PAIGC e a sua Direcção Nacional permanente reunida para dar resposta às maquiavélicas manobras perpetradas para o debilitar e destruir, já conhece bem os contornos e as artimanhas engendradas com vista à humilhar este grande partido através dos seus dirigentes máximos e muito em especial contra o nosso Presidente, camarada Domingos Simões Pereira.
Para o PAIGC actos como a convocatória do Presidente do PAIGC para ser ouvido pelo Gabinete da Procuradoria Geral da República da Câmara Crime do Supremo Tribunal de Justiça constitui uma manobra para o humilhar e com isso tentar silenciá-lo, algo que jamais sucederá, porque os valores e princípios que estão a ser postos em causa por este projecto macabro dos mentores da ditadura, foram eleitos pelo Presidente do PAIGC, camarada Eng. Domingos Simões Pereira como a causa principal da sua militância na defesa dos bens da democracia e do legado de Amílcar Cabral, pelo que jamais vergará perante este tipo de tentativas e de ameaças.
O Presidente do PAIGC, camarada Domingos Simões Pereira escolheu esclarecer as acusações de que era alvo pelo Senhor Presidente da República pelas mesmas vias utilizadas por aquele para o acusar. Portanto, só uma atitude de desespero e de prepotência pode orientar alguém a tomar diligências pressecutórias contra um dirigente político do maior partido nacional que em uso dos seus direitos e liberdades sentiu-se na necessidade de esclarecer os guineenses das situações que eram colocadas abusivamente contra a sua pessoa.
A Direcção do PAIGC, através do seu Secretariado Nacional quer aproveitar esta oportunidade para solicitar calma aos nossos dirigentes, militantes. Simpatizantes e a uma maioria do povo guineense que se revê no nosso garnde partido, porque estas manobras e planos maquiavélicos montados pelos defendores da ditadura, não têm pernas para andar.
O PAIGC e o seu Presidente, camarada Eng. Domigos Simões Pereira estão firmes, intransigentes e impolutos na lur«ta pela afirmação e consolidação da democracia e da liberdade.
Viva a Democracia!
Viva o PAIGC!
Viva à Guiné-Bissau!  
Pelo Secretariado Nacional do PAIGC
Oscar Barbosa “Cancan”
Membro do Bureau Político do PAIGC e 
Secretário para a Informação e Comunicaçao

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