Liga
Guineense dos Direitos Humanos e Movimento da Sociedade Civil acreditam
que solução da crise política passa pelo diálogo e por compromissos
entre os atores políticos.
Duas das mais
representativas organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, a Liga
dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, pediram esta
quarta-feira à classe política compromissos para resolver a crise
política e evitar a via judicial.
O presidente da
Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, e o
porta-voz do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que agrupa mais de
100 organizações), Mamadu Queitá, congratularam-se com a decisão do
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a ordem de substituição de
15 deputados no Parlamento.
Os dois dirigentes
da sociedade civil guineense consideram, no entanto, que a solução da
crise política passa pelo diálogo e por compromissos entre os atores
políticos.
Tanto Mamadu Queita
como Augusto Mário da Silva dizem que “já se previa” que o STJ, na
função de Tribunal Constitucional, declarasse inconstitucional a decisão
de substituição dos deputados, decretada pela comissão permanente do
Parlamento guineense.
“Logo do início
mostrámos as nossas dúvidas sobre a legalidade da decisão da comissão
permanente”, observou Mamadu Queita, corroborado por Augusto Mário da
Silva, que lembrou que a sua organização “foi das primeiras” a
considerar inconstitucional a medida.
“A Liga foi das
primeiras organizações a pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade
dessa decisão do Parlamento. Agora, a decisão do Supremo reflete a
realidade jurídica do país sobre a matéria”, defendeu Augusto Mário da
Silva.
Para a Liga dos
Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, o caminho agora é no
sentido de o Parlamento aceitar o veredicto do STJ, reintegrar os 15
deputados nos seus lugares e ainda incentivar o diálogo entre a classe
política.
Tem que haver
compromisso político e cedência das partes, notaram os dois dirigentes,
ambos juristas de formação. Na busca de compromissos, o Movimento da
Sociedade Civil tem previsto um encontro ainda hoje com a direção do
PAIGC, partido no poder.
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