Bissau - A missão dos quinze membros do Conselho de Segurança da ONU que
esteve, esta segunda-feira, 07 de março em Bissau, para contactos com as
autoridades e actores políticos guineenses, posiciona-se a favor do
cumprimento das leis, sem, no entanto, se referir à medida como forma de
saída para a crise.
“Nós não impusemos nada a
ninguém. Queremos regras, queremos o cumprimento da lei e queremos um
combate ao incumprimento da lei e as normas. Só se vem investir num país
onde há normas e regras que sejam cumpridas. O que nós vamos passar ao
mundo, é isso, que a Guiné-Bissau quer andar por este caminho”, afirmou no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, Ismael Gaspar Martins,
chefe da missão do Conselho de Segurança da ONU, que esteve, esta
segunda-feira, em Bissau para contactos de algumas horas com as
autoridades e actores políticos guineenses.
O diplomata angolano disse também que a missão que chefiou chegou à
conclusão que os guineenses ganharam a maturidade política com o momento
que se vive no país.
“Chegamos a primeira
conclusão que o povo da Guiné-Bissau ganhou muita maturidade política e
esta maturidade é reflectida nos seus principais dirigentes. Penso que a
maturidade deverá nortear a procura das saídas que temos que encontrar”, constatou.
Ismael Gaspar Martins reforçou ainda a ideia que há muito tem
sido defendida, em como, cabe aos guineenses resolverem a actual crise
política, internamente.
A missão da ONU manteve encontros com o Presidente da República, José Mário Vaz, os partidos políticos, com assento parlamentar e o primeiro-ministro Carlos Correia.
Após o encontro, As duas maiores formações políticas da Guiné-Bissau,
PAIGC e o PRS, ambas manifestaram-se disponíveis em contribuir para o
melhor clima, tendo Domingos Simões Pereira (Líder do PAIGC) exigido
cumprimento da lei e respeito ao seu partido, na qualidade de vencedor
das últimas eleições legislativas.
A Guiné-Bissau vive um clima de instabilidade política desde início de
janeiro de 2016, quando a ANP substituiu quinze deputados expulsos do
PAIGC (partido no poder), a pedido da própria formação política, depois
dos parlamentares terem recusado votar a favor do programa do governo,
contra as orientações da direção superior do PAIGC. Os deputados em
causa recusaram acatar a decisão e o país já assistiu por duas vezes,
num curto espaço de tempo, o Tribunal Regional de Bissau considerar
legal e ilegal as suas substituições.
Imbróglio jurídico que impede o normal funcionamento da ANP e causa uma paralisia na administração pública guineense.
Iancuba Dansó
(c) PNN Portuguese News Network\\Conosaba/MO
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