O chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Biague Nan Tan, denunciou ontem tentativas de aliciamento de militares para "criarem confusão" e disse que não vai tolerar golpes de Estado.
"Vou avisando: não tenho
prisão para colocar o soldado que tentar dar um golpe de Estado. O seu
lugar será no cemitério. Comigo aqui não há lugar para golpes", avisou numa cerimônia perante militares.
O general fez referência a "indivíduos
que ao invés de investirem o seu dinheiro na campanha da castanha do
caju [principal produto de exportação do país], gastam-no na tentativa
de instigar os soldados para que criem confusão", sem especificar a que situações se refere.
Nan Tan sublinhou a ideia de tolerância zero a insubordinações
militares, que têm sido crónicas na história guineense, numa altura em
que o país vive uma crise política que opõe o Presidente da República e o
PAIGC, partido no Governo.
O líder militar falava durante um discurso em crioulo ao receber os
tradicionais cumprimentos de ano novo por parte de soldados e oficiais
das Forcas Armadas, no Quartel-General, em Bissau.
A quando da passagem do ano, Nan Tan encontrava-se em tratamento médico no estrangeiro, pelo que só agora a cerimónia ser realizou.
Num evento presenciado por oficiais generais, entre os quais o líder do
golpe de Estado militar de 2012 e ex-chefe das Forças Armadas
guineenses, general António Indjai, Biague Nan Tan disse estar contra qualquer tentativa de alteração à ordem constitucional.
A história provou que golpes de Estado apenas trouxeram ao país "a desgraça e o sofrimento" pelo que não serão mais tolerados, reiterou.
O general lembrou ainda que, por causa de golpes de Estado, vários
oficiais das Forças Armadas guineenses foram sancionados pela comunidade
internacional ao ponto de ainda hoje não poderem sair do país, nem para
tratamento médico.
Nan Tan aproveitou a ocasião para apelar à comunidade internacional a
levantar as sanções, mediante a promessa de os militares não voltarem a
protagonizar golpes.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses disse que a
hora deve ser de unidade entre os militares para que possam ter a sua
formação e de vigilância dos oficiais a favor da paz no país.
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