O cônsul-honorário do Gana e presidente da Plataforma das Comunidades Africanas Residentes em Cabo Verde, Tony Parker Danso, está sob a alçada da justiça cabo-verdiana, alegadamente, por causa de um envolvimento seu num caso de desvio e transferência de dinheiro para o exterior.
Ao que A NAÇÃO conseguiu apurar, Danso e a mulher, uma cidadã bissau-guineense, ambos residentes na cidade da Praia, são suspeitos de participarem num esquema de desvio e transferência de dinheiro para o exterior, cobrando dez por cento aos seus clientes, sem que a isso estejam autorizados pelo Banco de Cabo Verde.
Ao que tudo indica, tudo terá começado através de duas intrusões e retiradas de dinheiro da conta bancária de um cidadão cabo-verdiano, na ilha do Sal, no valor de quase 450 mil escudos. Ao dar-se conta disso, o visado accionou as autoridades no sentido de saber o que se tinha passado.
Das averiguações realizadas chegou-se a Tony Parker Danso. Este, instado pela Polícia Judiciária, na semana passada, negou os factos, admitindo, todavia, a transferência de dinheiro, cobrando dez por cento aos seus clientes, como costuma fazer, sem que a isso esteja autorizado pelo Banco de Cabo Verde.
De acordo com a Rádio de Cabo Verde, Danso e a mulher foram detidos está quinta-feira pelo Ministério Público, devendo ser apresentados hoje ao tribunal, para eventuais medidas de coacção.
No caso em concreto, a intrusão e a transferência foram feitas através de dois bancos, a Caixa Económica (CECV) e o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN). Acredita-se que outras pessoas poderão estar envolvidas no caso ou no esquema, a confirmar-se.
Ao que apuramos igualmente, quando abordado pela primeira vez pela Polícia Judiciária, Danso alegou imunidade diplomática, por ser cônsul-honorário do seu país em Cabo Verde. Por causa disso, o Ministério das Relações Exteriores (MIREX) acabou por ser chamado, à semelhança do Banco de Cabo Verde, CECV e BCN.
Na terça-feira passada, ao ser abordado por este jornal sobre as suspeitas que sobre ele pairam, Tony Parker Danso negou todos os factos. Natural do Gana e residente em Cabo Verde há vários anos, Tony Parker Danso é tido como pessoa idónea e distinta, daí a surpresa do seu alegado envolvimento neste caso.
Recentemente, a sua organização “condecorou” várias autoridades cabo-verdianas, entre elas o presidente Jorge Carlos Fonseca, e o primeiro-ministro José Maria Neves, pelo trabalho que Cabo Verde tem realizado no domínio da integração de estrangeiros no país.
Fonte: A Nação
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