Luto pelo ex-chefe militar assassinado, Samba Diallo
O caso do deputado do PAIGC, Roberto Ferreira Cacheu, dado como morto, conheceu novos desenvolvimentos. Um jornal afirma que Cacheu foi executado em janeiro passado, numa missão religiosa perto da capital, Bissau.
Na Guiné-Bissau prosseguem as investigações dos casos de assassinatos políticos ocorridos no país desde 2009. Entretanto, já foram constituídos arguidos e aguarda-se agora a marcação dos julgamentos, após as férias judiciais.
O Ministério Público guineense, que alega falta de meios para prosseguir com celeridade com as investigações, promete, no entanto, dar seguimento aos inquéritos.
O caso Cacheu
Para além dos casos de assassinatos de antigo Presidente da República, João Bernardo Vieira, de ex-chefe de Estado maior general das forças armadas, Batista Tagme na Waie e dos deputados Baciro Dabo e Hélder Proença, a Procuradoria Geral da República já está a investigar o caso mais recente: o provável assassínio do deputado do PAIGC, Roberto Ferreira Cacheu.
O parlamentar foi dado como morto na sequência dos acontecimentos após a alegada tentativa de Golpe de Estado de 26 de dezembro de passado. Cacheu não foi mais visto em Bissau desde essa data.
Amigos de Nino Vieira em luto pelo seu assassínio
Jornal levanta acusações graves
O jornal guineense "O Democrata", lançado no mercado recentemente, anuncia, na sua primeira edição, que o político terá sido morto no dia 13 de janeiro deste ano, e sepultado no dia seguinte, perto de uma comunidade religiosa onde se encontrava refugiado. A publicação estranha o silêncio da comunidade religiosa, do país e dos militares, que, escreve, deviam ter algo a dizer sobre o assunto.
Entretanto, a direção do Partido da Renovação Social (PRS), de Koumba Yalá, o segundo mais votado nas últimas legislativas, esteve reunido com o Procurador Geral da República, Edmundo Mendes, para se inteirar do estado dos processos em causa. Augusto Poquena, secretário-geral dos “renovadores”, disse à DW África que o seu partido lamenta o facto da procuradoria estar a deparar com falta de meios para concluir as investigações, e acrescentou ter garantias da procuradoria de que alguns processos estão já num estado avançado de investigação, “embora estejam a coberto do segredo de justiça”.
A democratização em causa
Outra vítima do assassinato político: o general Tagme Na Wai, com Nino Vieira (dta)
O analista político guineense, Rui Landim, nota que investigações do género são sempre complexas e requerem tempo e meios, que devem ser postos à disposição da Justiça: “Têm que ser criadas condições para fazer as investigações”. Landim defendeu ser importante conhecer os “autores morais e materiais” dos crimes em investigação para o bem da democracia guineense, pois sem resolução, serão criados "obstáculos para a pacificação e a estabilização do país”.
dw.com/Conosaba/MO
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