O líder do principal partido da oposição da Guiné-Bissau assumiu-se ontem como presidente do Parlamento do país, na sequência da suspensão dos trabalhos pelo chefe do órgão.
O líder do principal partido da oposição da Guiné-Bissau, Alberto Nambeia, assumiu-se hoje como presidente do Parlamento do país, na sequência da suspensão dos trabalhos pelo chefe do órgão, Cipriano Cassamá, que evocou falta de condições para continuar.
A sessão de hoje devia apreciar o programa do Governo do PAIGC liderado pelo primeiro-ministro, Carlos Correia, mas devido a desacatos por parte de deputados, Cipriano Cassamá suspendeu os trabalhos para serem retomados na terça-feira.
Com a suspensão, o líder do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, ordenou aos seus deputados que permanecessem na sala “até novas instruções”.
Em concertação com os deputados dissidentes da bancada do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Nambeia, até aqui segundo vice-presidente do Parlamento, declarou-se novo chefe do órgão.
A nova mesa passa a ser composta por dois elementos do PRS: o líder do partido e Serifo Djaló (que subiu de primeiro secretário para vice-presidente do Parlamento), e um do PAIGC, o deputado Abel da Silva, um dos dissidentes e em rota de colisão com a direção daquela força política.
Com o abandono dos deputados da bancada do PAIGC, leais à direção, e do presidente do Parlamento, a iluminação elétrica e o sistema do som foram desligados, ficando o hemiciclo às escuras.
Na sala permaneceram 56 parlamentares, 41 do PRS, 14 do PAIGC e um do PND (Partido da Nova Democracia), pelo que, sublinhou, Alberto Nambeia, havia quórum para prosseguir com a sessão.
A revisão pontual ao regimento do Parlamento e a apreciação e votação do programa do Governo (sem a presença do primeiro-ministro) são, entre outros, os pontos agendados para a sessão que decorre com os deputados a recorrerem às luzes dos telemóveis para dar alguma claridade aos documentos que leem.
O hino nacional da Guiné-Bissau, que é entoado para marcar o início e fecho das sessões parlamentares, teve hoje que ser cantada de viva voz pelos deputados já que o sistema sonoro estava desligado.
observador.pt/Conosaba
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