CPLP: Repositório científico com todos os Estados membros pronto até 2020


Arlinda Cabral, responsável pela Educação, Ciência e Tecnologia na Direcção de Acção Cultural e Língua Portuguesa do Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), salientou a "preocupação" de tornar acessível aos 250 milhões de falantes, a informação e conhecimento científico dos nove Estados membros da organização.


Para já, e ao abrigo de um acordo bilateral, Portugal, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Universidade do Minho (UM), e Brasil, com a Fundação CAPES do Ministério da Educação, já colaboram numa rede científica que, na segunda fase do programa, será alargada a Angola, Cabo Verde e Moçambique.

Estes três Estados, assegurou Arlinda Cabral, já têm um repositório nacional que está a ser ultimado de forma a tornar possível integrá-los na rede entre 2016 e 2018, prevendo-se que o da Guiné-Bissau - está em curso a recuperação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), destruído na guerra civil de 1998/99 - possa integrar a plataforma na mesma altura.

Na terceira fase será a vez dos três restantes Estados membros da CPLP - Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, que ainda não dispõem de um repositório científico próprio.

Arlinda Cabral lembrou que o programa consiste numa ação identificada como prioritária pelos Estados membros da CPLP no domínio da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior, numa reunião dos respetivos ministros em abril de 2013 em Maputo.

Nessa altura, foi aprovado o plano estratégico de cooperação multilateral nesse domínio, tendo como "pressuposto fundamental" identificar projetos "com o menor custo possível, mas com o maior impacto possível".

Daí, relembrou, saíram duas ações prioritárias - o Portal do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da CPLP, já em funcionamento, e o Repositório Científico - Portal de Acesso Aberto da CPLP.

"Há a preocupação de tornar acessível informação e investigação a toda a nossa comunidade académica e científica. É um passo significativo para democratizar o acesso ao conhecimento científico e contribuir para a melhoria da qualidade dos nossos sistemas académicos e da qualificação dos nossos investigadores", realçou.

Segundo Arlinda Cabral, nascida em Cabo Verde mas residente desde os nove meses em Portugal, onde se licenciou em Ciências da Educação e fez o mestrado e doutoramento em Sociologia, Educação, Conhecimento e Cultura, sempre na Universidade Nova de Lisboa, o programa constitui uma forma "inovadora" de aproveitar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).

Nesse sentido, além de facilitar o acesso livre aos repositórios científicos dos Estados membros da CPLP, o programa disponibiliza softwares livres e acervos bibliográficos de acesso à produção científica, como teses de mestrado e doutoramento sobre e da CPLP, e deverá integrar redes regionais e internacionais.

"A grande valia é ter os melhores especialistas dos países da CPLP", sublinhou Arlinda Cabral, lembrando a possibilidade de capacitar e dar recursos a investigadores, professores e estudantes, fomentando, paralelamente, a participação de todos.



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