A Guiné-Bissau quer assumir-se como "plataforma" de acesso das empresas
chinesas e dos países de língua portuguesa ao mercado de 300 milhões de
pessoas da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO),
disse hoje um governante guineense.
Uma delegação guineense liderada pelo secretário de Estado com a pasta
da Economia, Degol Mendes, terminou uma visita a Macau, na China,
no âmbito da 20.ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em
inglês), um encontro de negócios que contou este ano com a maior
participação portuguesa e de países lusófonos de sempre.
Numa conferência de imprensa, Degol Mendes explicou que foi a Macau
apresentar a Guiné-Bissau como "plataforma" de acesso à CEDEAO, mas
também como um país que acabou de superar uma crise política dentro das
normas constitucionais, em que, ao contrário do passado, as forças
armadas se mantiveram imparciais, num processo que disse ser prova do
"amadurecimento democrático" e de "consolidação democrática evidente e
irreversível".
Segundo garantiu, as perspetivas para a economia guineense este ano, que
definiu como "muito estável e dinâmica", mantêm-se otimistas, apesar da
crise política, estimando um crescimento superior a 5%.
Degol Mendes explicou que um dos objetivos do Governo guineense é
realizar um encontro empresarial no país em 2016 que junte o mundo
lusófono, a China e a CEDEAO e um dos propósitos desta ida a Macau foi
tentar garantir a presença de uma centena de empresas chinesas em Bissau
no próximo ano, o que afirmou ter sido conseguido.
Segundo os dados fornecidos aos jornalistas, o interesse do investimento
chinês pela Guiné-Bissau tem crescido: em 2013 havia dez empresas com
capital da China no país e hoje são 56, com maior presença nos setores
da agricultura, pescas e construção.
"Todos os dias somos abordados por investidores chineses na tentativa de
concretizarem os seus investimentos. (...) Esperamos que a visita de
empresas chinesas [à Guiné-Bissau] em 2016 permita um aumento
significativo do investimento chinês", disse o secretário de Estado.
Ainda antes de 2016, uma delegação da província chinesa de Jiangsu
visitará a Guiné-Bissau na próxima semana para identificar possíveis
áreas de investimento e cooperação, revelou Degol Mendes.
rtp.pt/Conosaba/MO
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