AUTORIDADES DA GUINÉ-BISSAU PRETENDEM ACRESCENTAR VALOR À CASTANHA DE CAJU



O fim da exportação da castanha de caju em bruto, em favor da sua transformação local em amêndoa, poderá ser em breve uma realidade na Guiné-Bissau, com o aparecimento de mais unidades de processamento do produto, disse à Macauhub em Bissau uma fonte oficial.

A fonte do Ministério da Energia e Indústria disse que actualmente estão oficialmente registadas mais de quatro dezenas de unidades de processamento de castanha de caju, das quais apenas 18 disporão de condições técnicas para funcionar.

“Do ponto de vista económico e social, o país ganha mais com a transformação interna do produto do que com a sua exportação em bruto”, salientou a fonte, que acrescentou ser esta a conclusão a que chegaram o governo e os operadores económicos que intervêm no sector de caju.

Um economista contactado pela Macauhub disse que o desafio actual prende-se com a escolha de um modelo de fábrica com uma dimensão apropriada, que seja capaz de produzir amêndoas de caju de elevada qualidade, utilizando métodos que assegurem o melhor preço para o produtor, a fim de que este fique suficientemente motivado para cuidar dos cajueiros.

O economista disse ainda que, caso o desafio mencionado tenha uma resposta correcta, a produção terá tendência a aumentar e, com ela, todo o ciclo de plantação e colheita do caju.

“Caso seja possível reproduzir este modelo a nível nacional, toda a indústria pode começar a crescer de forma dinâmica, o que representa um desafio e uma oportunidade em simultâneo”, adiantou, para sublinhar tratar-se um sector que poucas importações faz, estando isso sim vocacionado para a exportação, “o que pode ser uma das maiores fontes de receita em divisas para o país.”

Actualmente, as empresas que pretendam exportar amêndoa de caju estão obrigadas por força de um decreto-lei a garantir que 30% do produto tenham sido previamente transformados no país.

O exportador deve ainda efectuar uma caução em dinheiro junto do Tesouro Público correspondente aos 30% da quantidade da castanha a exportar, que será devolvida mediante comprovação por parte da unidade de transformação do efectivo processamento da castanha.

Em 2014, a Guiné-Bissau exportou 150 mil toneladas de castanha de caju, o que colocou o país como o quarto maior produtor mundial e segundo em África, depois da Costa do Marfim.

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