O primeiro-ministro da Guiné-Bissau e presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, afirmou que respeita a decisão do Parlamento em mandar levantar a imunidade aos deputados que estão sob investigação judicial.
A Assembleia Nacional Popular (ANP) aprovou na passada quarta-feira o levantamento da imunidade parlamentar do deputado José Miguel Dias e prepara-se para fazer o mesmo com Gabriel Sow, ambos eleitos pelo PAIGC, partido no poder.
José Miguel Dias é arguido com mais 20 pessoas acusadas de fraude com dinheiros de pensionistas, um caso que remonta a 2011, altura em que Miguel Dias era alto funcionário do Ministério das Finanças e o julgamento já está agendado.
Gabriel Sow está a ser investigado num processo já julgado pela vara-crime do Tribunal Regional de Bissau, em que é responsabilizado pela gestão danosa em três sociedades.
"O Parlamento é uma entidade soberana, votou em consciência. Temos que respeitar esse voto", defendeu hoje o primeiro-ministro guineense durante uma visita a Mansoa, no centro do país, onde passou por algumas infraestruturas sociais.
Por ser uma questão ligada à ética e à consciência individual, os partidos deram liberdade de voto aos deputados para que pudessem expressar-se livremente, sublinhou Domingos Simões Pereira.
"Tiveram essa liberdade, exerceram essa liberdade, temos que respeitar", acrescentou Simões Pereira, que não quis se alongar quando questionado pela agência Lusa sobre se a remodelação governamental seria para breve.
O Presidente da República, José Mário Vaz, já exprimiu o desejo de ver mudanças no elenco governativo face a investigações judiciais que envolvem alguns membros do Executivo e o primeiro-ministro já admitiu que ambos têm falado sobre o tema.
"Não gostaria de tecer comentários para não correr o risco de ser mal interpretado, mas é assunto sobre o qual estamos a trabalhar", disse Domingos Simões Pereira.
MB // APN
Lusa/Fim
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