O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) apelou, este sábado, ao novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Baciro Djá, para se demitir, referiu o porta-voz daquela força política.
"Baciro Djá deve demitir-se", porque chegou ao cargo de uma forma considerada "inconstitucional", através de uma nomeação alegadamente "ilegal" do Presidente da República, e porque "não tem o aval do PAIGC" para ocupar o lugar, referiu João Bernardo Vieira.
Vieira falava hoje em Bissau, numa conferência de imprensa destinada a anunciar as deliberações da reunião da última noite do Bureau Político do partido.
Aquele órgão dirigente instou o Conselho de Jurisdição do PAIGC a averiguar os casos de todos os militantes que cometam "traição ao partido", à semelhança de Baciro Djá.
João Bernardo Vieira referiu que, de acordo com os estatutos, "é dever do militante não apresentar candidatura e não aceitar exercer qualquer função governativa, fora do quadro previsto nos estatutos e regulamentos" daquela força política.
Os dirigentes deliberaram "condenar veementemente" a nomeação do novo primeiro-ministro, que consideram ter sido feita "à revelia da Constituição", e convidaram o Presidente, José Mário Vaz, a anulá-la e a retomar o diálogo com o PAIGC.
O Presidente da República da Guiné-Bissau demitiu, no dia 12, o Governo de Domingos Simões Pereira (presidente do PAIGC), apesar dos apelos generalizados dentro e fora do país para que não o fizesse.
O Executivo estava em funções há um ano, depois de o PAIGC vencer as eleições com maioria absoluta e de ter recebido duas moções de confiança aprovadas por unanimidade no Parlamento -, além de ter o apoio da comunidade internacional.
O partido voltou, na segunda-feira, a propor o nome de Simões Pereira a José Mário Vaz, mas o Presidente nomeou e deu posse, na quinta-feira, a Baciro Djá, alegando ser vice-presidente do partido mais votado e um profundo conhecedor das promessas eleitorais, uma vez que foi diretor da campanha eleitoral da força política, em 2014.
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