O apelo à desobediência civil feito pelas organizações da sociedade civil na Guiné-Bissau está pouco respeitado, de acordo com as visitas feitas ontem pela Lusa a vários pontos do país.
As organizações agrupadas na chamada Aliança Nacional para Paz e Democracia apelaram hoje para uma desobediência civil com objetivo de paralisar os transportes, o comércio e os serviços (públicos e privados), mas na realidade o apelo não foi correspondido.
Os transportes circulam normalmente em Bissau.
Na gare dos transportes terrestres, a Lusa pode constatar um movimento normal de entrada e saída de viaturas com passageiros em direção à capital e para o interior do país.
O comércio funciona normalmente. No mercado do Bandim (principal espaço de comércio informal do país) o vendedor Mamadu Boi Djaló disse à Lusa que "nem se nota" qualquer mudança de atitude dos clientes.
"Nós estamos aqui, os clientes também, nem se nota nada", observou Boi Djaló.
Normalidade é também o que se viu nos ministérios e repartições públicas em Bissau, com funcionários presentes nos gabinetes, ainda que o trabalho decorra em menor ritmo desde que o Governo foi demitido, admitiram à Lusa alguns funcionários públicos.
Luís Nancassa, porta-voz da Aliança Nacional para Paz e Democracia, plataforma que agrupa várias organizações da sociedade civil, afirmou que a desobediência "está a ser confundida com a greve geral".
"O que nos apelamos é uma desobediência civil e não uma greve. Quer dizer que as pessoas podem ir para o local de trabalho, mas não trabalharem, e é o que está a acontecer", notou Nancassa.
O sindicalista diz que os transportes não estão a funcionar no país, ainda que alguns proprietários estejam a ser "alvo de intimidação por parte do Governo e da Presidência" da República para não pararem.
Mesmo com esta alegada ameaça, Luís Nancassa garante que a "maior parte dos transportes" está paralisada, sobretudo a nível do interior do país.
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