A Polícia Judiciária da
Guiné-Bissau deteve no início desta semana, num bairro nos arredores da capital,
o principal colaborador do secretário de Estado de Cooperação e Comunidades
Idelfrides Manuel Gomes Fernandes, por envolvimento no polémico processo de
emissão ilegal de passaportes de serviço e diplomáticos a cidadãos estrangeiros
e nacionais.
A informação foi confirmada à VOA
nesta quarta-feira, 10, por uma fonte próxima do processo que adiantou ter o
suspeito confessado, em detalhes, o processo de atribuição dos passaportes
durante o Governo de transição, mais precisamente entre 2012 e
2013.
O próprio
suspeito, cujo nome não foi
revelado pela nossa fonte, indicou ter ele mesmo beneficiado de um passaporte de
serviço.
Conforme VOA, o Ministério
Público tem uma longa lista de pessoas que se beneficiaram do esquema, entre
elas, cidadãos de países africanos, europeus, asiáticos, americanos e do Médio
Oriente.
Muitas dessas pessoas, que hoje
possuem passaportes da Guiné-Bissau, foram identificadas como sendo conselheiros
especiais do antigo Presidente de transição Manuel Serifo Nhamadjo e do
primeiro-ministro de então Rui Barros.
Ontem, o Procurador-Geral da
República da Guiné-Bissau quebrou o silêncio sobre o casoa o dizer à VOA que
tudo o que se tem dito à volta do processo não passa de comentários
políticos.
Hermenegildo Pereira referiu que
o Ministério Público está muito engajado no processo e que o tempo irá
esclarecer tudo, garantindo que não há motivos para nenhuma perseguição
política.
Na segunda-feira, em declarações
à Rádio Nacional a partir de Roma, o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira
lamentou a situação e disse confiar na justiça.
O secretário de Estado da
Cooperação e Comunidades Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é acusado pelas
autoridades policiais e judiciais de venda ilegal de passaportes diplomáticos e
de serviços.
Gomes Fernandes foi detido na
passada quinta-feira pela Polícia Judiciária, mas solto no sábado, sem qualquer
autorização judicial, o que tem levantado muita preocupação junto de vários
sectores que temem o regresso da impunidade à Guiné-Bissau.
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