Num olhar atento de qualquer cidadão comum, até aos menos atentos, é bem patente e notório a difícil e nebulosa coabitação entre alguns órgãos de poder político da soberania nacional guineense – Presidência da Republica, Assembleia Nacional Popular e o Governo, evidenciados com os difundidos ataques públicos vindos de um e do outro, nos meios de comunicação social em diferentes ocasiões de intervenções nos actos públicos oficiais do Estado.
Considerando que essa situação é desenquadrada e deslocada em relação ao momento actual em que o cidadão guineense conserva a sua expectativa de ver o país respirar e libertar-se dos dramas de incertezas que durante anos sucumbiram a ambição e anseio de “guineendadi” deste martírio povo.
Perante esta grande incerteza e frustrante acto ignóbil que podem comprometer e frustrar os anseios das nossas populações de observarem um mandato bem-sucedido pelos seus dirigentes a frente do Estado da Guiné-Bissau impõe-se a necessidade de uma reconciliação de posições e de atitudes dos nossos dirigentes.
Atendendo, os enormes sacrifícios consentidos pelo povo guineense pela sua maturidade e sentido patriótico, sobretudo do passado recente, em que nos últimos dois anos de elevado fardo de transição politica a normalidade constitucional, sendo notório o envolvimento e a solidariedade da comunidade internacional, voltarmos a minar as expectativas de cidadania e colocar em apuros os corações da nossa população.
È notório que desde a tomada de posse dos titulares dos órgãos da soberania à presente data, assiste-se a falta de um ambiente favorável de concertação e gestão dos assuntos do Estado a bem da paz e da estabilidade do país.
O Movimento Nacional da Sociedade Civil, preocupado e interessado na observância de uma coabitação institucional governativa a bem da nação, delibera o seguinte:
Aos Titulares dos Órgãos da Soberania;
Apelar a maior contenção na abordagem pública dos assuntos do Estado com reserva de tratamento dos mais delicados e sensíveis para os fóruns próprios;
Exortar a adequação dos actos dos titulares dos órgãos públicos às competências constitucionais.
Ao Supremo Tribunal de Justiça
Velar pelo respeito escrupuloso das competências dos titulares dos órgãos da soberania fazendo recurso as funções de Tribunal Constitucional; e
Agir com maior brevidade possível por forma acalmar ânimo das populações.
À Direcção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
Apelar a cúpula do PAIGC para uma maior ponderação e condução da resolução da situação vigente entre os três titulares dos órgãos do poderes do estado, a saber, Presidente da Republica, Presidente da ANP e Primeiro-ministro.
À Comunidade internacional
Encorajar a sua solidariedade para com o povo guineense que sempre reconheceu os apoios concedidos na luta pelo progresso bem como no combate a pobreza e o subdesenvolvimento.
Assegurar que a situação ora vivida seja ultrapassada na base de diálogo, tolerância e concertação permanente dos aludidos titulares dos órgãos dos poderes do estado da Guiné-Bissau.
Feito aos Quinze dias do mês de Junho de Dois Mil e Quinze.
A Direcção do Movimento,
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Jorge Gomes
/Presidente/
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