A Guiné-Bissau pode liderar a lista dos
países a beneficiar do financiamento do “Fundo de Clima”, no valor de 10
milhões de Dólares, sediado na Coreia de Sul dada, devido a sua política de
protecção do ecossistema.
O anúncio foi feito quinta-feira pelo
antigo Director-geral Adjunto do Banco Mundial para a África de Oeste, Paulo
Gomes, durante a Conferencia sob o lema “Guiné-Bissau: desafios de uma agenda
de transformação estrutural pós mesa redonda”, co-organizada pela ONG Tiniguena
e o Instituto Bentém, com vista a promover a participação da sociedade civil
nos assuntos públicos.
A Guiné-Bissau, segundo Paulo Gomes pode
obter ganhos económicos consideráveis da sua biodiversidade “singular”,
apostando nos recursos humanos qualificados, na agro-indústria “selectiva” e
num turismo que tenha em conta a conservação do meio ambiente.
Aquele economista que orava o tema; “O
Valor económico da Biodiversidade enquanto vantagem comparativa, oportunidades
e desafios estruturais da Guiné-Bissau” afirmou que com a sua característica
singular, em termos de conservação do ecossistema, o país pode gerar vários
empregos nesta área.
No entanto, alertou as autoridades a
adoptarem políticas para fazer face aos desafios da “globalização”, das
alterações climáticas e de saber lidar com a situação da maioria da sua
população que vive na zona costeira e que, segundo ele, constitui ameaça ao
mangal (local nomeadamente, de desova dos peixes).
Para o Ministro da Economia e Finanças,
um dos oradores do tema “Terra Ranka: uma visão transformadora da
Guiné-Bissau”, dentro dois meses o país irá concluir a definição dos
“conteúdos” dos apoios anunciados pelos parceiros bi e multilaterais na cimeira
de Bruxelas, para saber quando e como os desembolsos serão feitos.
O governante afirma que os 1.5 bilhões
de dólares prometidos pelos parceiros da Guiné-Bissau na mesa redonda, para
financiar o Plano Estratégico e Operacional guineense até 2020, significam que,
em média, o país receberá 300 milhões/ano que, nas suas palavras, é igual ao
Orçamento Geral do Estado deste ano.
Na sua intervenção, Eduardo Fernandes,
um dos três conferencistas, procedeu ao diagnóstico do subdesenvolvido do pais,
tendo afirmado que o mesmo deve ser “realista e pragmático” na aplicação dos
fundos da mesa redonda, ou seja, eleger as áreas produtivas na afectação de
verbas.
Este académico e economista afirmou que
o “capital humano é fundamental” para uma implementação correctas dos fundos da
mesa redonda.
E
chama atenção para aumento “rápido” da população guineense que cifra na ordem
de 2.5 por cento por ano, porque, nas suas palavras, se esse alargamento não
for acompanhado pelo crescimento do Produto Interno Bruto, a Guiné-Bissau
continuará a ter problemas.
No acto, estiveram presentes os membros
dos organismos internacionais nomeadamente, a Representante Residente do PNUD e
do Embaixador da União Europeia no país, Victor Madeira dos Santos, além dos
representantes de várias Organizações Não Governamentais e das instituições
púbicas,
Também esta sessão foi marcada pela
exibição do filme liderado pelo realizador guineense, Flora Gomes, intitulado,
“Uma nova cara para Guiné-Bissau” que marcou a parte cultural da conferência de
Bruxelas, onde o documentário espelhou as potencialidades naturais da Guiné
A Conferencia/debate sobre desafios do
país depois da mesa redonda foi financiada pelo Projecto da União Europeia de
Apoio de Actores Não Estatais na Guiné-Bissau (UE-PAANE).
Os parceiros bi e multilaterais
anunciaram um apoio global de 1.5 mil milhões de Dólares para financiar os
diferentes projectos de desenvolvimento da Guiné-Bissau na mesa redonda
realizada no passado dia 25 de Março.
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