Saúde Materna: GUINÉ-BISSAU POSSUI SEGUNDA MAIOR TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL NO MUNDO


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O Ministro de Economia e Finanças Geraldo Martins revelou nesta sexta-feira (10 de abril) em Bissau, no lançamento oficial do relatório do inquérito aos indicadores múltiplos (MICS-5) que o nosso país possui a segunda pior taxa de mortalidade materna infantil a nível mundial.
O relatório visa facilitar a divulgação oportuna e uso dos resultados do inquérito aos MICS5 da Guiné-Bissau antes da publicação das tabelas e do relatório final do inquérito que incluirá informações mais detalhadas sobre construções do inquérito por características demográficas, sociais, económicas e culturais.
Geraldo Martins assegurou a’O Democrata que o MICS-5 é um instrumento de planificação importante que ajudará o governo fundamentalmente na orientação de políticas públicas. O titular da pasta da Economia e Finanças considerou de alarmante a situação da mortalidade infantil no nosso país que é actualmente a segunda maior taxa da mortalidade infantil a nível mundial.
“Costumo dizer que o acto de dar luz, de trazer a vida ao mundo, é um acto de amor mais nobre e é nesse acto de amor mais nobre que as nossas mães morrem. Isto é inadmissível; penso que todos nós temos que refletir e entender o que está a acontecer com a mortalidade materna”, exortou o governante. Sublinhou que o governo com o MICS-5 dispõe de um instrumento que facilitará o seu trabalho com as organizações bilaterais e multi-laterais que apoiam o país na área da melhoria da vida das mulheres e crianças.
A Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas no país, Maria do Valle Ribeiro, defendeu na sua intervenção que o inquérito MICS-5 foi estabelecido para dar resposta à necessidade de apoiar a Guiné-Bissau na avaliação dos progressos alcançados em direcção às metas que promovem o bem-estar e os direitos das crianças bem como na avaliação do progresso registado na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no país, nomeadamente em termos da nutrição, educação, água potável,saneamento, saúde infantil e reprodutivo.
A responsável onusina no país considerou o MICS-5 como um instrumento valioso para ajustar programas e estratégias no novo ciclo que arranca na Guiné-Bissau através do Plano Estratégico Operacional do Governo e a Visão 2025, e servirá também para disponibizar dados actualizados do sector através da Guiné-Bissau info.
Maria do Valle Ribeiro realçou que a Guiné-Bissau tem registado progressos comparativamente ao Inquérito aos Indicadores múltiplos de 2010 nomeadamente no que respeita à redução da mortalidade infanto-juvenil que passou de 116 para 89 e a utilização de fontes de água melhorada, um dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, aumentou para 75 por cento. Sustentou que apesar do progresso alcançado ainda há um longo caminho a percorrer devido a alguns indicadores que não registaram os progressos desejados, nomeadamente a mortalidade materna infantil estimada em 900 óbitos durante a gravidez, parto ou 2 meses pós-parto em cada 100.000 nascimentos, a prevalência da excisão feminina nas crianças de 0 a 14 anos.
De referir que o programa global MICS foi desenvolvido pela UNICEF nos anos 90 como programa internacional de inquérito aos agregados familiares para recolher dados internacionalmente comparáveis numa vasta gama de inquiridores sobre a situação das crianças e mulheres. O inquérito MICS mede indicadores chaves que permitem aos países dispor de doações para utilização em políticas e programas e monitorar os progressos a nível dos Objectivos de Desenvolvimento de Milénio (ODM) e de outros compromissos internacionais no caso específico da Guiné-Bissau.

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