Um especialista no domínio de energia eléctrica afirmou, numa declaração exclusiva ao semanário O Democrata, que a Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) precisa de uma linha nova e segura para transporte de corrente eléctrica. Na visão do especialista, é urgente a construção de uma nova linha de transporte para evitar os cortes frequentes de energia, porque a antiga linha já está obsoleta.
Este especialista falava a’O Democrata, numa análise dos cortes frequentes de energia eléctrica que se vem constatando nos últimos dias, na cidade de Bissau. Explicou que a empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau tem, de momento, grupos de geradores capazes de alimentar toda a capital, mas assinalou que a empresa precisa de uma linha de transporte eficiente para levar o seu produto junto dos clientes.
Na opinião do especialista em energia eléctrica que pediu anonimato, a energia eléctrica é um produto vital para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, por isso sustentou que as autoridades nacionais devem esforçar-se para reformular ou reorganizar a empresa.
Contou que o fornecimento da energia não pode ser limitada apenas à capital, porque as populações do interior também precisam daquele produto para desenvolver as suas actividades e deixar o uso da iluminação a luz de “candeeiro a petróleo”.
“A energia produzida pela empresa é de melhor qualidade, mas para ser de facto considerada boa e para que a empresa ganhe com isso é preciso que seja transportada bem. Se isso não acontecer, a empresa vai continuar a ter problemas de fazer chegar a energia junto aos consumidores, bem como haverá sempre cortes. Também não terá a capacidade de controlar bem o seu produto e como consequência disso as pessoas continuarão a roubar a corrente eléctrica”, advertiu o técnico.
Relativamente ao roubo de corrente eléctrica de que se fala, e que muitas vezes se diz que é em conivência com os próprios funcionários da empresa, o especialista disse que a situação tem a ver com a “indisciplina” que reina no país, ou seja, a questão do facilitismo de que as pessoas gostam.
“O Estado é o maior prejudicador da empresa, porque se todos os ministérios pagassem a conta de energia ou se todas as instituições públicas tivessem um contador pré-pago, se calhar o estado não estaria a subvencionar a empresa em milhares de francos cfa todos os meses, de formas a poder sobreviver”, notou.
Afiançou que a empresa deve ser organizada bem para poder produzir e vender o seu produto a fim de obter o lucro que a permita sobreviver às custas próprias. Acrescentou ainda que se a empresa não está bem organizada e continua a registar-se o problema da incapacidade da gestão, é preciso a intervenção de Estado. Sustentou ainda que o Estado poderá ser obrigado a vender a empresa a fim de poder aliviar-se de encargos desnecessários resultantes da má gestão.
“Se o Estado acha que tem capacidades de gerir ou reorganizar a empresa, então que assuma a sua responsabilidade. Assumindo já a empresa, deve pensar num projecto que será desenvolvido a curto prazo e que permita a resolução do problema de transporte da energia pela construção da nova linha de transporte e não só, como também no projecto para levar a energia eléctrica ao interior do país”, assegurou a especialista.
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