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A operadora de
telecomunicações angolana, Unitel, manifestou interesse em comprar a
Guiné Telecom, tecnicamente falida, mas aguarda pelo lançamento de um
concurso internacional por parte do Estado guineense, disse hoje fonte
oficial em Bissau.
Eunice Lopes Esteves, presidente da Comissão de Gestão e Reestruturação das empresas Guiné Telecom e Guinetel
(ambas detidas maioritariamente pelo Estado, mas falidas), deu esta
indicação aos jornalistas à margem da abertura da primeira conferência
sobre "As Telecomunicações na Guiné-Bissau".
Na iniciativa, que deve decorrer até quinta-feira, compareceram alguns
potenciais interessados em adquirir as ações das duas empresas falidas,
entre as quais empresas do Gana, China, África do Sul, Roménia e sociedades de advogados em representação de outros eventuais interessados, notou Eunice Esteves.
A presidente da Comissão de Gestão e Reestruturação da Guiné
Telecom (operadora de telefones fixos e rede base) e Guinetel (rede
móvel), disse
desconhecer uma eventual presença de interesses portugueses na
conferência, mas, em relação ao universo lusófono, admitiu a abordagem
por parte do grupo angolano Unitel.
"Em 2011 houve um interesse específico da UNITEL, tivemos alguma
conversa", mas agora aguardam pela clarificação do cenário no setor, até
porque "será feito por concurso internacional", aberto a todos os
interessados, disse Eunice Esteves.
O primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, que
presidiu à abertura da conferência, exortou os responsáveis pelo
processo de alienação das ações das duas empresas a não cometerem os "mesmos erros do passado", quando o país se abriu ao mercado no setor das telecomunicações.
"Esperamos ter a sorte e a capacidade de escolher parceiros sérios e
capazes de nos acompanhar (...), mas, para chegarmos a este ponto, temos
que dar provas de competência, de seriedade e de empenho", afirmou Domingos Simões Pereira.
Tendo como objetivo a definição de regras claras que possam atrair
"investidores sérios", o primeiro-ministro propôs à equipa que coordena o
processo que crie e faça o Governo adotar uma Carta de Política para o
setor das telecomunicações.
"É a Carta de Política que nos permite dizer até aonde queremos
ir, para depois discutirmos como é que vamos lá chegar. Se formos
imprevisíveis, os parceiros terão dificuldades em nos acompanhar e a
dúvida leva à retração e é exatamente essa dúvida que nós temos que ser
capazes de evitar", sublinhou Simões Pereira.
LUSA
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