Bruxelas, 06 fev (Lusa) -- A União Europeia (UE) vai criar uma
plataforma na Internet para apoiar vítimas de mutilação genital feminina
nos Estados-membros e ajudar a erradicar essa prática, nomeadamente na Guiné-Bissau, segundo uma declaração conjunta de três comissários, hoje divulgada em Bruxelas.
Entre as iniciativas apoiadas pela UE, inclui-se, na Guiné Bissau,
o estabelecimento de um contexto protetor dos direitos das mulheres,
que promova o abandono das mutilações genitais femininas e a ajuda às
vítimas.
São também apoiadas outras ações numa série de países, como a Libéria, o Mali, Uganda, Serra Leoa, Egito, Mauritânia, Jibuti, Iémen, Senegal, Benim, e Togo.
Na declaração conjunta, divulgada no Dia Internacional contra a
Mutilação Genital Feminina, especifica-se que a plataforma reunirá
informação acessível e ajuda a vítimas e profissionais de saúde,
professores e magistrados.
"Pretendemos chegar aos
primeiros pontos de contacto, como enfermeiras, juízes, funcionários
responsáveis pelos refugiados, professores, médicos e agentes de
polícia, e apoiá los para ajudar a erradicar esta prática", lê-se na nota.
"Estamos empenhados diariamente em acabar com a mutilação genital
feminina, que constitui uma violação dos direitos humanos e da criança.
Condenamos com veemência todas as formas de violência contra as mulheres
e raparigas: nem os costumes, nem as tradições, a cultura, o direito à
privacidade, a religião, ou a chamada 'honra' podem ser invocados para justificar qualquer forma de violência contra as mulheres e as raparigas", sublinham a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança da UE, Federica Mogherini, a comissária da Justiça, Consumidores e Igualdade de Género, Vera Jourová, e o comissário da Cooperação Internacional e Desenvolvimento, Neven Mimica.
Segundo estimativas de Bruxelas, cerca de 125 milhões de mulheres foram vítimas desta prática em todo o mundo, 500 mil das quais na UE.
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