Governante guineense ameaça demitir-se se país não tiver companhia aérea em breve


O secretário de Estado dos Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, disse ontem que coloca o cargo à disposição se o país não tiver "em breve" uma companhia aérea nacional.
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"Garanto-vos uma coisa: a Guiné-Bissau vai ter a sua companhia aérea dentro em breve. Se isso não acontecer, eu, enquanto responsável do setor dos transportes, vou pôr o meu cargo à disposição", referiu, ao intervir, em crioulo, na inauguração de uma agência de viagens na capital guineense.

A ambição ganhou nova forma nos discursos oficiais depois de o país ter perdido a única ligação direta à Europa, garantida pela TAP, suspensa desde dezembro de 2013.
A tripulação da companhia de bandeira portuguesa foi forçada pelas autoridades guineenses a levar cerca de 70 passeiros ilegais para Lisboa, o que provocou o fim dos voos - numa altura em que o país era dirigido por um Governo saído de um golpe de Estado militar, em 2012.
Sem sinal de retoma dos voos da TAP, o novo Governo guineense, eleito no último ano, contratou com a empresa portuguesa Euroatlantic a realização de um voo semanal Lisboa - Bissau - Lisboa, todas as sextas-feiras, desde 14 de novembro.
Mas, mesmo depois de iniciados estes voos, João Bernardo Vieira apontou a criação de uma companhia guineense como uma meta para 2015.
"Pessoalmente acredito que tal será uma realidade e quero que todos os que fazem parte da secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações também tenham essa convicção, como um desafio a vencer", referiu Bernardo Vieira, em dezembro, na abertura de um seminário sobre a reforma do código de aviação civil.
Na altura, o governante afirmou ainda que, antes da criação de uma companhia de aviação de bandeira, a Guiné-Bissau deve instituir um novo código aéreo porque o existente data de 1985.
LFO (MB) // VM
Lusa

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