Dia da mulher guineense: O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pede igualdade entre homem e mulher nas esferas de decisão


No dia 30 de Janeiro, o sr. Presidente José Mário Vaz pediu  a igualdade entre homem e mulher nas esferas de decisões. O Chefe de Estado falava sexta-feira na cerimónia da reinauguração da Praça Heroína Titina Silá, reabilitada pela Câmara Municipal de Bissau. Durante a cerimónia, foi igualmente erguida a estatueta da heroína Titina Silá, uma das mais destacadas figuras da luta de libertação contra o colonialismo português na Guiné e em Cabo Verde.

O ato da reinauguração da praça coincidiu igualmente com a comemoração do dia das mulheres guineenses, 30 de Janeiro, data da morte da combatente Titina Silá no rio Farim, em 1973, enquanto chefiava uma delegação da guerrilha do PAIGC rumo a Conakry para assistir às cerimónias fúnebres de Amílcar Cabral, assassinado 10 dias antes na mesma cidade.

Titina Silá, fora morta por uma patrulha de fuzileiros portugueses, que atacara a canoa em que se seguia o grupo dos guerrilheiros.


Na sua intervenção, o estadista guineense disse que as companheiras de Amílcar Cabral merecem ser homenageadas todos os dias pelas suas contribuições para que o país tenha hoje a independência, o hino e a bandeira, símbolos da dignidade que permitem-nos “pensar pelas nossas próprias cabeças e construir com as nossas próprias mãos o progresso a que temos o direito”.

Durante a cerimónia, o chefe de Estado cumprimentou a filha da heroína Titina Silá, Eva Silá Nandigna, e qualificou-a de “mulher dedicada e competente” que foi sua secretária pessoal enquanto exercia as funções do presidente da Câmara Municipal de Bissau.

Acrescentou por um lado que a história da Guiné-Bissau está repleta de exemplos de mulheres de coragem, de valentia, de determinação e de inteligência.


A título de exemplo, citou a rainha Okinka Pampa de Bubaque (região de Bolama), as combatentes, Canhe Na N´Tungué, Teresa Badinca, Titina Silá, Francisca Pereira, Teodora Inácia Gomes e Cármen Pereira. Referiu ao inconformismo das mulheres guineenses não obstante às fortes barreiras sociais que obstaculizam a sua plena emancipação.

“É preciso fazer mais, muito mais. A paridade homem e mulher nas esferas de decisão, não é um favor, nem deve constituir uma meta. É uma etapa porque as mulheres, por serem maioria, em termos populacionais, devem estar maioritariamente representadas nos órgãos de decisão”, assinalou o Presidente da República.


Por sua vez, a ministra da Mulher, Família e Coesão Social, Bilony Nantamba Nhassé disse por sua vez, que o país teve o privilégio de ter mulheres valentes que desempenharam papel importante durante a luta de libertação nacional. Contudo, a governante questionou de seguida o papel que as mulheres estão tendo no processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Afirmou que a mulher guineense compreende que não pode e nem deve ser ajudada gratuitamente, por isso deve esforçar-se para a sua emancipação quer no campo académico, económico, quer na esfera social e cultural.

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