Arquitectas da autarquia vão fazer um
primeiro reconhecimento dos jardins adjacentes ao palácio presidencial
guineense.
Duas arquitectas paisagistas da Câmara
Municipal de Lisboa partem esta quarta-feira para Bissau para fazerem o
levantamento e elaborarem um projecto de beneficiação das áreas ajardinadas
adjacentes ao Palácio Presidencial da Guiné-Bissau.
A deslocação de Maria José Fundevila e
Paula Alves, do quadro da autarquia lisboeta, vai decorrer ao longo de dez
dias, e resulta das boas relações bilaterais entre as câmaras de Lisboa e de
Bissau no quadro da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLP).
“Este trabalho faz parte de um programa
de assistência técnica, que, a prazo, poderá adquirir uma dimensão mais
sustentada, tendo em vista responder aos desafios e às necessidades da
população, tanto actuais como futuros”, explica ao PÚBLICO o engenheiro Manuel
Ferreira de Almeida, da UCCLA em Lisboa.
O palácio presidencial de Bissau,
edifício de arquitectura colonial de meados do século XX, que albergou o
governador de Portugal na Guiné, foi parcialmente destruído no decorrer da
guerra civil de 1998/99, tendo sido entretanto recuperado através da cooperação
chinesa. Em 2013, voltou a ser a residência oficial da Presidência da
República, tendo hoje como inquilino José Mário Vaz, eleito nas eleições de
Junho do ano passado, e que fora já também presidente da Câmara de Bissau.
A presente deslocação das duas
arquitectas da Câmara de Lisboa responde a “um pedido formulado pelas
autoridades guineenses, incluindo a Câmara Municipal de Bissau”, acrescenta
Manuel Ferreira de Almeida, adiantando que o projecto de intervenção inclui
também a Praça dos Heróis Nacionais, o jardim circular que no tempo colonial se
chamava Praça do Império.
As duas arquitectas vão, numa primeira
fase, fazer o reconhecimento das áreas de intervenção e reunir com os técnicos
locais com vista à execução de um projecto de execução, que deverá ficar
concluído no início do Verão.
Esta colaboração da câmara de Lisboa com
a sua congénere de Bissau – actualmente presidida pelo compositor e músico
Adriano Gomes Ferreira – decorre das relações bilaterais no quadro da UCCLA, de
que as duas cidades capitais foram fundadoras, em 1985. Neste mesmo ano, a
capital portuguesa, então presidida por Nuno Krus Abecasis, assinou também um
acordo de geminação com a sua congénere guineense.
As duas cidades, de resto, e apesar do
conturbado processo político-militar nesta ex-colónia portuguesa em África, têm
mantido elos de ligação e intercâmbio, que passaram, por exemplo, na década
passada, pelo apoio à construção de uma escola da UCCLA em Bissau.
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