O papa Francisco defendeu hoje que a liberdade de expressão é um direito fundamental, mas isso não dá o direito a ninguém de «insultar a fé dos outros» e vincou que «matar em nome de Deus» é «uma aberração».
A liberdade de expressão deve
«exercer-se sem ofender», disse, sublinhando que expressar-se era um «direito
fundamental», durante a sua visita às Filipinas.
O Papa Francisco defende que há limites
para a liberdade de expressão e que "ninguém pode ridicularizar a
fé", apesar de condenar as mortes em nome de uma religião.
A bordo do avião que o levou até às
Filipinas para uma visita de cinco dias, Francisco afirmou que "todas as
religiões têm a sua dignidade".
"Não se pode provocar nem insultar
a fé das outras pessoas. Não se pode ridicularizar a fé. A liberdade de
expressão tem limites", disse o Papa.
O líder da Igreja Católica respondia a
uma pergunta sobre a liberdade de expressão e o massacre no jornal satírico
Charlie Hebdo, justificado pelos seus autores com a publicação de caricaturas
do profeta Maomé.
Apesar de considerar que a liberdade de
expressão "é um direito fundamental", o Papa Francisco argumentou que
o mesmo se aplica à liberdade religiosa. "Toda a gente tem não só a
liberdade e o direito como também a obrigação de dizer o que pensa para o bem
comum. Temos o direito de nos expressarmos livremente sem ofender
ninguém", disse Francisco.
"Não se pode brincar com as
religiões dos outros. Essas pessoas provocam e depois... Há limites para a
liberdade de expressão", reforçou o Papa, usando como exemplo Alberto
Gasparri, responsável pela organização das visitas papais, que estava ao seu
lado: "Se o meu bom amigo Dr. Gasparri ofender a minha mãe, deve preparar-se
para levar um soco. É normal, é normal. Não se pode provocar. Não se pode
insultar a fé dos outros. Não se pode ridicularizar a fé dos outros."
Francisco sublinhou que o acto de matar pessoas em nome de uma religião "é uma aberração". "Olhemos para a nossa própria história. Quantas guerras houve em nome da religião? Até nós fomos pecadores, mas não podemos matar em nome de Deus", afirmou.
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