Bissau - O Governo da Guiné-Bissau suspendeu a gestão da organização não-governamental italiana AHEAD no Hospital Raoul Follereau,
principal unidade de pneumologia do país, alegando incumprimento do
acordo que vigorava desde 2012, disse à Lusa fonte governamental.
A decisão foi tomada pela ministra da Saúde Pública guineense, Valentina Mendes, e vigora desde 13 de Janeiro, considerando a gestão da organização italiana "pouco transparente" e passando o Governo a coordenar e a dar resposta às necessidades do hospital.
Elisabeth Martins, directora-geral da unidade, nomeada pelo executivo, referiu
que além da falta de transparência, a equipa que geria o hospital
pautou o seu comportamento por falta de cooperação com os elementos ali
colocados pelo Ministério da Saúde Pública.
"A AHEAD estava a gerir o hospital dentro do quadro de um acordo,
mas este hospital não foi privatizado, pelo que é um estabelecimento de
serviço público", realçou Elisabeth Martins, que acusa a equipa da ONG italiana, representada por quadros guineenses, de incumprimento em vários domínios.
De acordo com a directora-geral do Raoul Follereau, a organização italiana disse ter 25 milhões de euros para gerir o hospital durante cinco anos, disponibilizando 412 mil euros por cada ano com a alimentação, compra de medicamentos para doentes e manutenção do próprio centro, mas tal "nunca passou de promessas".
A AHEAD assumiu funções em Junho de 2012 a partir de um acordo rubricado com o então Governo de transição.
A directora do centro referiu que no início "estava tudo bem", mas a situação degradou-se o que, disse, tentou corrigir, sem sucesso.
"Neste hospital não se pode
trazer comida de fora, mas às vezes fica difícil assegurar os doentes
quando tomam os medicamentos sem comer. É que a alimentação começou a
falhar em termos do menu (...), raras vezes se cozinhou carne no
hospital", explicou Elizabeth Martins.
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