Me refúgio sempre a ideia da luta, pois entendo, a que foi desencadeada na Guiné-Bissau pelos combatentes não foi uma simples disputa, mas sim uma prática revolucionária com intuito de libertar o povo oprimido. Após essa brilhante atitude deu-se por entender que o futuro da nossa terra dependerá do seu povo, no entanto tudo virou ao contrário e nisso refiro-me a uma das ideologias do PAIGC que segundo Piter Karibe Mendy, o objetivo de Amílcar Cabral era a eliminação da exploração de homem pelo homem do e construir a própria economia. O momento de planejamento das ideias que garantiriam rumo ao caminho da execução das ideologias se transformou numa guerrilha entre os próprios combates, por questões dos cargos políticos, mulher, bens..., a sociedade, ou seja, o povo que era elemento primordial foi esquecido em detrimento dos caros de luxo e ainda continua sendo esquecido.
Optei por começar nessa direção fazendo uma breve retrospectiva daquilo que foram os primeiros momentos da entrada do PAIGC na cidade para que se possa enquadrar o sofrimento do povo guineense onde se derramou muitas lágrimas e ainda continua a derramar por legado dos “paigcistas” que não souberam dar continuidade ao processo vitorioso vindo da luta de libertação nacional contra os imperialistas.
Vangloriamos da tremenda luta do PAIGC para a libertação do país, mas hoje em dia, o desespero que floresce na face deste povo é causado por este partido, senão vejamos- a era do partido único que foi governado 18 anos por Nino Vieira não trouxe melhorias desejadas, no multipartidarismo onde maior parte da governação se fez por eles seguiu-se na linha dos bárbaros assassinatos com justificativas não cabíveis.
A minha infância foi marcada pela seguinte frase, “Guiné-Bissau na sabi um dia e tudo na passa” talvez tudo pode passar se o estado vê na população como um mar de rosas, e por outro lado, como o país pode alcançar o nível de desenvolvimento almejado se é que as pessoas têm a “cultura de sabotagem”, ou seja, a Guiné só pode desenvolver quando os ”djintons” fazem parte.
O momento esse é de mudarmos o paradigma e construindo novos desafios que garantem a menos pequenas condições básicas, “garandis kuma kil ku bu ka odja didia i ka dinoite ku bu na odjal”, pois o que PAIGC não nos deu há mais de quarenta anos, não será num simples dia, o mais incrível é estar perante um discurso paranoico, “anós ku danal ma anós tambi ku na kumpul”, a política não pode ser sociedade hereditária.
Por enquanto se vê no PAIGC como um único partido que pode mudar o destino deste povo, por que lutaram há mais de dez (10) anos, a esperança sempre nos fará a vista de curto prazo como afirma Mc Mario. É preciso estar atento aos malabarismos dos “paigcistas” no
aproximar dos escrutínios, pois sempre apresentam uma figura nova que desperte atenção na população para uma esperança renovada, e uma falsa união entre os dirigentes.
Partilho a ideia com os demais que afirmam que este partido deve ser um museu a fim de conhecermos suas equivocadas histórias, por que já nos mostraram as suas incapacidades governativas, o problema interno de um partido não pode estagnar o avanço de país, mas os nossos sonhos já foram adiados inúmeras vezes por este motivo.
Faço das minhas palavras o discurso do presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang a margem de uma visita em Maputo no dia 06 de abril do ano em curso, onde frisou que a África deve procurar a sua independência econômica e parar de enriquecer os outros, e a Guiné-Bissau como um dos país desse continente que ainda não construiu a sua economia não deve fugir desse parâmetro.
Pensar a guiné para um futuro melhor exige uma reflexão profunda de todos com sentindo de coletivismo como fundamenta um dos princípios da filosofia “Ubuntu” e construindo um homem novo com ideias inovadoras que visam uma mudança de mentalidade, para tal é necessário um forte investimento no setor educativo.
PAIGC é um grande perigo para o futuro da Guiné-Bissau!
Tedse Silva Sores da Gama
Estudante de ciências humanas
Unilab/Brasil/Ceará- 2017/MO
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