O presidente da República, José Mário Vaz, defende um governo de unidade nacional para a saída da crise que perdura há mais de um ano e por isso as partes desavindas devem entender-se porque o país “mais do que” nunca precisa de solidariedade
José Mário Vaz, falava este sábado, durante as celebrações do dia da independência nacional, mostra-se aberto a colaborar com todas as forças do país para juntos desenvolver o país e criar oportunidades de emprego.
“Restam 3 anos para as eleições presidenciais e 2 para as legislativas, as prioridades para o país neste momento devem começar pela formação de um governo de unidade nacional na base de entendimento entre o PAIGC, o PRS e o grupo dos 15, para fazer face aos grandes desafios do presente e do futuro”, disse o presidente que lança um apelo a todos os guineenses para “perante as dificuldades, inspirarmo-nos com coerência nos exemplos da luta de libertação nacional” e só assim o país será capaz de romper com ciclos quase inquebráveis de crises que têm “distraído” todos os guineenses. E a todas as partes que assinaram o acordo da CEDEAO o presidente da república pede para cumprirem com o prometido.
“Hoje celebramos o dia da nossa independência que é o resultado da força da nossa união. E hoje, mais do que nunca precisamos de mais união, mais solidariedade para que a luta pelo progresso tenha mais força e mais resultados concretos. Assim o presidente estende as mãos a todos os sectores da nossa sociedade e convida todos para trabalharmos juntos com base na verdade e no respeito pelas leis e pelas instituições a fim de colocarmos o país num rumo certo”, afirma.
“Estamos todos juntos. Ramos do mesmo tronco com os olhos na mesma luz, trabalhar sempre mais para colocar as mãos na lama para criar oportunidade e criar emprego, assim como garantir segurança e confiança e acabar com privilégio de alguns e criar riquezas para todos, fortalecendo e consolidar a liberdade e direito fundamental para todos os guineenses”, adverte.
O chefe da nação, nestas celebrações onde não participou o presidente da ANP, disse, no entanto, que a Guiné-Bissau disse que durante estes dois anos do seu mandato o país perdeu muito com jogos de poder e calculismos puramente partidários e por isso a Guiné-Bissau está longe de atingir os ideais dos que deixaram as suas famílias para a luta de libertação nacional.
“Durante estes dois anos do meu mandato e do governo perdemos muito tempo nos jogos do poder e nos calculismos puramente partidário, tempos que devia ser dedicado ao trabalho (…), a solução concreta da população e a construção e ao desenvolvimento d um Homem novo que irá edificar aquela nova Guiné que todos orgulharemos perante ao mundo. É este o verdadeiro desígnio nacional e o projecto de concretização dos sonhos dos pais e fundadores da nação que ocupam o espírito e o tempo do presidente da república”, reconhece José Mário Vaz que pede que os erros do passado sirvam de lições do que deve ser evitado no futuro.
“Podem contar comigo nesta luta pela uma Guiné melhor, em que em cada mesa dos guineenses se encontro um prato de comida e um copo de água potável e educação e saúde para os nossos filhos e portanto, uma Guiné de todos e para todos e sem excepção”, promete presidente da república que convida todos os guineenses para se juntarem ao novo rumo da Guiné-Bissau.
O presidente disse ainda que o desenvolvimento nacional só pode ser conseguido apenas com trabalho e com a honestidade, como em qualquer sociedade do mundo por isso critica o “alto nível” de pobreza verificado no país.
Aos combatentes da liberdade da pátria, José Mário Vaz disse que este dia serve de reconhecimento e de reflexão para aqueles que deram as suas vidas para a independência nacional.
Durante estas celebrações não teve a presença do presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, que, segundo o seu assessor de imprensa, a sua ausência deve-se a “decisão saída no último encontro entre os líderes parlamentares depois de ter conhecimento que durante as celebrações haverá só o discurso do presidente da república”, mas mesmo assim Inácio Tavares adianta ainda que os serviços protocolares da ANP mandaram uma nota formal a presidente avisando esta decisão.
Igualmente o líder do PAIGC também não estava presença alegando que não recebeu o convite para o evento.
A Guiné-Bissau, a primeira colónia a ver a sua independência reconhecida por Portugal, completa este sábado 43 anos da sua independência, numa altura em que enfrenta mais um ciclo da crise política. Foi neste dia em 1973 que João Bernardo Vieira proclamou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau em Boé. A independência proclamada meses depois da morte do pai das nacionalidades guineense.
Passados 43 anos, a Guiné-Bissau ainda enfrenta vários obstáculos para o desenvolvimento, desde a falta de ensino e de saúde de qualidade, até então nenhum mando (presidente e primeiro-ministro) chegou ao fim.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos com Conosaba/MO
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