O Secretariado Nacional do PAIGC vem por este meio manifestar publicamente o seu inequívoco repúdio pelas posições que algumas formações políticas têm vindo a assumir, numa clara tentativa de distorcer os factos que têm marcado a forjada crise política que o país enfrenta e moldar uma opinião pública guineense e internacional a favor dos seus interesses.
Causa profunda estranheza, o facto da Direcção Superior de partidos políticos com importante representação parlamentar tentarem escamotear a verdade dos factos acusando o PAIGC de ser o obstáculo no processo da procura de solução consentânea com o problema que o país enfrenta.
Surpreende, com efeito, ao PAIGC, ver toda uma Direcção que sempre mereceu o seu respeito e consideração alinhar-se na estratégia da multiplicação de declarações desprovidas da verdade e desviastes do caminho da solução para o problema real que urge de facto solucionar.
Esta atitude parece forçar o esquecimento da responsabilidade acrescida dessas entidades no panorama político nacional e em especial na actual conjuntura política, facto que o PAIGC lamenta profundamente e procurará superar enquanto partido libertador e força política com maior expressão nacional, alertando para a imperiosa necessidade de se elevar as acções à altura da responsabilidade que a cada um incumbe.
Os partidos políticos em geral, mas especificamente os com importante representação parlamentar devem reconhecer a ANP como espaço privilegiado para o debate político, sendo ainda o epicentro da evocada crise prevalecente. É por isso curioso, ou talvez não, que essas formações políticas não procurem ali a solução para o problema, e a busca de viabilidade no âmbito dessa instituição, onde o seu contributo seria então de primordial importância.
Actuar doutra forma, tal como se tem registrado por parte de algumas formações políticas, coloca a nu ambições desmedidas de branquear o jogo democrático ao esperar governar sem ganhar eleições, transferir para outras instâncias as nossas responsabilidades, promover a política do boicote e da ausência tentando paralisar as estruturas da ANP, nomeadamente as reuniões da Mesa, a Conferência de Líderes e da Comissão Permanente.
Esta atitude revela não só uma deliberada e intencional omissão dos sagrados princípios de separação de poderes, delineada no nosso modelo político-constitucional, como leva à conclusão de que não se está minimamente interessada numa solução que salvaguarde os resultados eleitorais, a legítima vontade do povo, ou eventualmente num resultado que se enquadra com o espírito de uma sã convivência democrática.
O PAIGC faz jus à sua estatura de partido responsável e democrático e convida uma vez mais às forças políticas, sobretudo as com representação parlamentar, a repensarem a sua posição e juntarem-se ao PAIGC, como no passado recente, na busca de uma solução que privilegie em primeira e última análise os interesses superiores do Estado da Guiné-Bissau e do povo guineense.
A única via para se conquistar o poder em democracia é pela via das eleições. O debate de ideias e o exercício contínuo do contraditório assim como a produção dos consensos possíveis, são a força motriz da democracia e devem ser praticados, salvaguardados e promovidos.
Só a verdade e nada mais do que a verdade poderá conduzir os guineenses à paz, ao desenvolvimento e ao progresso.
Este é o desígnio do PAIGC e esse será sempre o empenho da sua actual Direcção Superior.
Bissau, 19 de Fevereiro de 2016
O Secretariado Nacional do PAIGC
Nenhum comentário:
Postar um comentário