Guineense oferecia cursos de graduação sem chancela do MEC num grande negócio


Acção da Delegacia de Polícia Civil de Goiana, na Mata Norte do Estado, com apoio da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de João Pessoa, na Paraíba, Brasil, prendeu na tarde desta quinta-feira (21), na capital daquele Estado, Nico Antonio Bolama, de 38 anos, natural de Guiné Bissau, após a conclusão de um inquérito que investigava faculdades que actuavam sem autorização do Ministério da Educação (MEC).


A Polícia chegou ao acusado depois que diversos estudantes de Goiana e região procurarem a delegacia local informando que haviam cursado Pedagogia e Administração no Cenpi, faculdade administrada por Bolama que encerrou actividades na cidade em junho de 2015 sem dar satisfação aos alunos.

O inquérito policial foi concluído em dezembro passado e enviado ao Ministério Público, que denunciou Nico Antonio Bolama por extorsão e crime contra a ordem económica. Há, inclusive, uma decisão da Justiça da Paraíba que proibia o Cenpi de abrir turmas - por lá, há registo de mais de 10 mil alunos prejudicados. Outras cidades da Mata Norte pernambucana também tinham pólos da instituição de ensino.

De acordo com o titular da Delegacia de Goiana, o delegado Thiago Uchôa, Bolama anunciava os cursos de graduação a baixos custos, atraindo principalmente pessoas carentes. Os cursos, no entanto, não tinham validade. "Acontecia que, quando as pessoas iam procurar uma pós-graduação ou mesmo uma colocação no mercado de trabalho, descobriam que a graduação não era válida", informa o delegado. A saída para os prejudicados seria tentar com outra instituição, reconhecida pelo MEC, o aproveitamento da grade curricular cursada.

Nico Antonio Bolama foi encaminhado para a cadeia pública de Goiana, onde vai aguardar julgamento. Se condenado, pode pegar de um a cinco anos de prisão apenas pelo crime de extorsão tempo que pode ser aumentado por conta do crime contra a ordem económica.



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