PAIGC PEDE AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PROVAS DE PROCESSOS COM MEMBROS DO GOVERNO



O PAIGC pediu ao Presidente da República da Guiné-Bissau que apresente provas de que há nomes propostos para o novo Governo com processos judiciais pendentes, referiu em comunicado.

"Face às acusações proferidas pelo Presidente da República de que vários nomes constantes da proposta de Governo" apresentada por Carlos Correia "têm processos judiciais pendentes", o PAIGC convida o chefe de Estado "a apresentar as provas das suas acusações", lê-se no documento. 

No comunicado emitido pelo gabinete do presidente do partido, "o PAIGC compromete-se a retirar da sua proposta de Governo aquelas personalidades em relação às quais exista um processo judicial". 

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu na terça-feira ao primeiro-ministro que reformule a proposta de Governo entregue na sexta-feira, tendo em conta as alegações com que justificou a demissão do Governo e que incluem diversas suspeitas - cuja veracidade está a ser averiguada por uma comissão parlamentar. 

O PAIGC disse hoje estranhar que Vaz não tenha disponibilizado de imediato àquela comissão, depois de solicitado para tal, as provas de que dispõe. 

O partido acusa-o de se ter "furtado às suas obrigações, remetendo uma carta ao Parlamento em que pede que seja precisado em que passagens do seu discurso proferiu tais acusações". 

O partido estranha a situação e acrescenta que vai pretender o "apuramento de todas as responsabilidades políticas e judiciais" conforme as conclusões da comissão de inquérito. 

"A responsabilidade da governação cabe ao PAIGC", sublinha o comunicado, que esclarece ainda que o novo Governo, embora dirigido por Carlos Correia, pretende dar continuidade aos compromissos assumidos no encontro com doadores, em março, em que o país recebeu mil milhões de euros de intenções de apoio. 

Há um ano, o PAIGC levou José Mário Vaz a ganhar as eleições presidenciais, mas hoje estão de costas voltadas. 

O partido considera que a Guiné-Bissau vive há quase dois meses uma crise política "desnecessária" por culpa do chefe de Estado, que acusa de manter o país "numa tensão permanente". 

"As duras críticas do Presidente da República às declarações inofensivas do primeiro-ministro, Carlos Correia", sobre a responsabilidade de formação de Governo, são para o PAIGC uma das provas da "dificuldade" de Vaz em manter um "relacionamento institucional saudável com os titulares dos demais órgãos de soberania", conclui. 

Lusa/Conosaba/mo

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