O líder da Resistência da Guiné-Bissau
(RGB-Movimento Bafatá), Hélder Vaz Lopes, anunciou esta segunda-feira, 27 de
Julho, que vai se retirar da liderança da Resistência da Guiné-Bissau (RGB –
Movimento Bafata), tendo acrescentado ainda que deixará o partido para os
dirigentes que irão continuar com a caminhada dentro do quadro legal e da
construção através do diálogo político. O político falava durante uma
conferência de imprensa para abordar a atual situação política do país, numa
altura também em que se comemora o vigésimo nono (29) aniversário da RGB.
Hélder Vaz Lopes defendeu no encontro
com a imprensa que o seu partido é uma força com vontade “profunda e tremenda”
para fazer deste país um país novo. Acrescentou ainda que “não há homem novo,
se não no país novo e o país novo se constrói pelo homem novo”.
O político contou que o partido que
dirige representava uma ameaça para interesses instalados na Guiné-Bissau,
sobretudo para os que comem tudo e deixam o povo sem nada. Sublinhou neste
particular que o partido representava igualmente ameaça para os que praticam a
injustiça de uma forma institucionalizada.
“A Resistência da Guiné-Bissau
representava ameaça para aqueles que tiraram a escola ao povo guineense, também
para os que transformaram os jovens em jovens sem nada. Era uma ameaça para os
que colocam os seus parentes em tratamento nos exteriores e colocam os
guineenses a morrer nos hospitais como se fosse no matadouro sem qualidade”,
assegurou.
O líder do Movimento Bafatá disse que a
“governação dos quarenta anos acabou com os valores morais da sociedade
guineense”.
Explicou por um lado que o governo
chefiado por Domingos Simões Pereira é constituído com uma visão que não quer
um governo tecnicamente e politicamente forte. Tendo exemplificado que “quem
põe um ovo de galinha não pode gerar uma vaca e tem que gerar uma galinha”.
Afirmou por outro lado, que a carência
de consistência técnica e política fazem com que a governação conduza o país
para o actual momento político que se regista. Frisou que a “situação política
que se regista no país se parece com a caixa de pandora que no fundo é uma
caixa vazia, uma caixa de sonhos e de ilusões”.
“Não queremos na política guineense
vendedores de bainha da cobra. Queremos gentes com visão, gentes com mais
estratégia e que sejam capazes de criar um quadro lógico para o desenvolvimento
sectorial e global deste país de uma forma coerente e sustentável. Hoje mais de
que nunca vemos que a profissão de vendedor de sonhos é uma profissão de
sucesso na Guiné-Bissau”, disse o político.
De referir que a RGB foi criada em 27 de
Julho de 1986 em Lisboa (Portugal). A RGB ocupou a posição da segunda força
política mais votada do país nas eleições gerais de 1999, nas quais obteve 29
deputados. No escrutínio de 1994, depois da abertura democrática, elegeu 21
deputados. Nas últimas eleições gerais de 2014, sob a liderança de Hélder Vaz
Lopes, a RGB não conseguiu eleger nenhum deputado na Assembleia Nacional
Popular.
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