O Instituto Nacional de Emergência
Médica (INEM) rejeitou ontem críticas sobre a sua missão na Guiné-Bissau,
garantindo a segurança dos fatos de proteção e negando que haja diferenças nos
vencimentos pagos.
«Os vencimentos que [os membros da
equipa na Guiné-Bissau] auferem no exterior são, como exige a legislação
vigente em Portugal, os vencimentos que auferem em Portugal acrescidos de
ajudas de custo, também determinadas por legislação em vigor» e «a afirmação de
que os fatos não são iguais aos que existem em Portugal não é verdadeira»,
afirmou hoje o INEM em resposta a declarações do Sindicato dos Técnicos de
Ambulância e Emergência
«Quanto à afirmação de que os
cooperantes têm que lavar os seus fatos em bidés, naturalmente que na Guiné,
tal como em Portugal, os profissionais do INEM são responsáveis pelo seu
fardamento e pelas suas condições de higiene», acrescenta-se na nota do INEM,
salientando que isto é feito «com mais ou menos dificuldades, lá, tal como cá,
consoante as condições existentes».
Sobre os fatos usados pelo pessoal do
INEM na Guiné-Bissau, numa missão onde frequentemente estão em contacto com
pessoas com o vírus do Ébola, o INEM garante: «A afirmação de que os fatos não
são iguais aos que existem em Portugal não é verdadeira».
O INEM afirma que os fatos enviados para
a Guiné-Bissau cumprem as normas de segurança e que «não pode, nem nunca o fez,
adquirir equipamentos que não estejam em conformidade com a lei vigente para
este tipo de acções».
Para contrariar o que considera
«informação oral de pessoas» que não quer «reputar de má-fé» e a divulgação de
«notícias que podem pôr em causa o bom nome do INEM, de Portugal e a
estabilidade física e emocional dos elementos das equipas», o organismo afirma
que enviou hoje para Bissau «mais um lote de fatos com todas as características
exigidas para a total segurança» dos seus profissionais.
Na nota enviada esta manhã à Lusa, o
INEM afirma ainda que no que diz respeito às vacinas, «toda a preparação
sanitária é feita de acordo com as regras clínicas e estado-da-arte, após
consulta de especialidade, e que a vacina contra a raiva não é considerada
necessária pelos especialistas de medicina tropical para este país».
Na quinta-feira, a Lusa noticiou que o
presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Médica tinha dito que aquela
estrutura tinha sido informado sobre problemas com os elementos do INEM da
atual missão portuguesa na Guiné-Bissau, nomeadamente condições de
habitabilidade e salariais.
Segundo o sindicalista, «a ser verdade
todas as informações que nos chegaram, a situação é grave», sublinhando que o
INEM já participou em outras missões no estrangeiro e nada de parecido se
verificou.
«O que me foi informado verbalmente é
que o material EPI (equipamento de proteção individual) não é igual ao que foi
mostrado em Lisboa e que os fatos de proteção estão efetivamente a rasgar-se,
portanto com um risco elevado de contaminação das equipas que estão a usar este
material», disse Ricardo Rocha.
«Foi-nos comunicado pela equipa outras
condições, como terem de lavar fardamento em bidés, terem de pagar a água que
utilizam, as comunicações não estarem ainda estabelecidas para Portugal e os
profissionais terem de pagar do próprio bolso, entre outros problemas»,
acrescentou.
Ricardo Rocha adiantou que «isto não é
de todo aceitável, a ser verdade, e o sindicato lamenta a situação e, assim que
tiver os relatos por escrito, irá pedir esclarecimentos ao conselho diretivo do
INEM».
De acordo com elementos da equipa do
INEM na Guiné-Bissau, ainda há problemas nos pagamentos de comissões extras,
que seriam de 80 euros/dia, mas que agora não se sabe se receberão estes
valores.
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