Ontem, dia 23 de maio, a caravana do Primeiro-Ministro, vindo de um périplo, que fez ao Sul, em Djugul, desvia para Bula, mais concretamente para o antigo Centro Olof Palm, que no passado beneficiou do financiamento da cooperação sueca, aonde decorreu à abertura do ciclo do 1º Curso de Formação para os Extensionistas Agrários Polivalentes, organizado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Trata-se de uma formação planeada, em módulos, em duas faces, que serão ministrados de 23 de maio a 2 de Dezembro de 2015 e que nesta primeira, conta com a participação de grupos de Biombo, Bolama, Cacheu e Oio. Numa segunda, tomarão parte os de Bafatá, Gabú, Quinara e Tombali.
Na cerimónia, começou por usar da palavra, o representante do Governo Regional de Cacheu, residente em Bula, Augusto Amado, que disse: vamos colaborar para que o curso tenha sucesso e podermos ter um bom ano agrícola.
O representante da FAO, Joachim Laubhouet-Akadié, ao intervir referiu, que a sua organização vai apoiar o Governo durante a campanha agrícola 2015-2016, com sementes: de arroz, milho, sésamo e estacas de mandioca, etc, para cultivo, que estarão disponíveis a partir de 10 de junho, deste ano. Disse ainda, esperar que a formação atinja os objectivos preconizados, anunciando que a FAO irá apoiar a iniciativa de “campo escola” e ajudar o Governo na mobilização dos fundos.
O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, João Aníbal, na sua elocução ao referir-se à formação ressaltou que: “São técnicos dos mais diversos ramos do sector agrícola: agónicos, veterinários, técnicos de proteção vegetal, especialistas em desenvolvimento local, crédito e mico-finanças, inquiridores e outros, que durante sete dias vão receber formação em como proceder na recolha de dados e informações sobre o estado de avanço e desenvolvimento das culturas, da situação das pragas, das doenças, do comportamento das chuvas do mercado e dos pastos.” Aproveitando, a ocasião adiantou, que o seu Ministério vai estudar a possibilidade de criar uma “escola de formação profissional, em Contubel e de formação superior, em Bula”, bem como, “campos escolas em todas as secções...”
O Chefe do Executivo, Domingos Simões Pereira muito jovial com a iniciativa, não se esquece de render primeiramente uma justa homenagem, ao então Primeiro-Ministro sueco, Olof Palm, cujo nome batiza o Centro, que diz julgar ainda “estar presente na memória de todos os de Bula” e que é atual, pois muito apreciou a presença da Suécia na Mesa Redonda, que o Governo assumiu a responsabilidade de repor o Centro para continuar essa proximidade de cooperação, que existia entre os nossos dois países.
Referindo aos parceiros internacionais: a FAO, afirmou estar igualmente satisfeito, em saber, que o Governo pode contar com essa parceria que está “interessado a desenvolver e elevá-los a outros níveis.” A União Europeia, “pelos apoios constantes e multiformes, que sempre derem e continuarão a dar certamente para o desenvolvimento socioecónomico da Guiné-Bissau.”
Que na óptica das mudanças climáticas e das irregularidades das chuvas, que nos coloca perante um desafio de prevenção, mas também de mitigação, as informações relativas às campanhas agrícolas e a situação alimentar e nutricional, revestem de uma importância capital para a orientação das intervenções do Governo. Nesta perspectiva, exortou os técnicos, após a formação, por estarem munidos de instrumentos que resgatem, fortaleçam e valorizem a relação entre campo/cidade e vice-versa, há muito inexistentes. Pois, está convencido de que enquanto técnicos se “não forem capazes de encontrar a solução necessária para os desafios da agricultura, então a Guiné-Bissau não será capaz de encontrar essa solução. Vocês são a nossa capacidade neste sector. É verdade que os desafios são muito grandes e a situação é complexa, mas para isso é que ... estão cá.”
Salienta que o meio rural “não se configura apenas como um espaço essencialmente agrícola. A exploração florestal, a pesca, o artesanato rural, a transformação e comercialização, são entre outras as várias atividades a desenvolver, com vista a alcançar a segurança alimentar.” Concluindo de que, se os técnicos, enquanto responsáveis sectoriais fizerem os seus trabalhos “não faltará nem o acompanhamento e nem o entusiasmo a nível político.” Rematando, que “este é um desafio para vencer e é um desafio que temos que vencer juntos.”
Termina, encorajando o presença dos responsáveis dos Ministérios: da agricultura a adotar um modelo de desenvolvimento rural, sustentável e bem sucedido, porque os camponeses aguardam de forma insaciável, por este longo momento perdido; da Economia e Finanças a colocar à disposição dos agricultores e dos extensionistas os recursos disponíveis para que cheguem na hora, junto de quem precisa; da Educação a aproveitar este momento para atingir as camadas mais desfavorecidas da nossa população e fazer deste momento, um momento de maior capacitação para os grandes desafios que se colocam; da Mulher, Família e Coesão Social para apoiar a mulher que joga um papel fundamental neste processo de produção e a Secretaria de Estado do Ambiente para que valorize o ambiente face a agricultura, cujos esforços convoquem e permitam de forma integrada a participação de todos. Com todos estes ingredientes posso imaginar que temos tudo para dar certo, a fim de atingirmos os objectivos fixados, assegurou Simões Pereira.
Presenciaram à cerimonia as Ministras: Maria Odete Semedo; Blony Nhama Namtamba Nhasse e os Secretários de Estado: Barros Bacar Bandjai e Ildefonso Barros.
Bissau, 24 de maio de 2015
Carlos Vaz
/Conselheiro de Comunicação e Informação/
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